O canibal de Garanhuns, como ficou conhecido Jorge Beltrão Negromonte (54), contou ao jornal britânico Daily Mirror detalhes sobre os crimes cometidos por ele, sua esposa, Isabel Cristina Pires (54), e sua amante, Bruna Cristina da Silva (24) de 2008 a 2012. Juntos, eles formaram uma seita religiosa em Garanhuns - Agreste do Pernambuco - chamada de Cartel, que visava "a purificação do mundo e o controle populacional".
A carne das mulheres mortas pelo trio era fatiada e guardada na geladeira para ser consumida ao longo da semana.
— As mulheres que preparavam a carne. Não comemos a carne frita, como bife, mas moída, por isso comprei uma máquina de para a Bruna. A carne durava uns três ou quatro dias. Nós almoçávamos e jantávamos até que ela acabasse.
A primeira vítima foi Jéssica Pereira (17), uma moradora de rua que tinha uma filha de 18 meses. O trio convenceu Jéssica a ir morar com eles, oferecendo leite, roupas e fraldas para a criança. Após algumas semanas, ela foi morta, teve sua carne arrancada e seus ossos enterrados no quintal. Jorge afirma que Bruna o convenceu a cometer o crime.
— A Bruna me disse que ela era uma pessoa ruim, que não gostava da filha. Depois disso não lembro de muita coisa, apenas alguns flashes. O sangue jorrando de seu pescoço, seu corpo caído no banheiro e ela já fatiada, com seus pedaços espalhados pelo chão.
Depois disso, o trio canibal cozinhou a carne com sal e orégano e até chegaram a alimentar a criança com a carne de sua própria mãe. Eles ficaram com o bebê, e Bruna passou a usar a identidade de Jéssica e agir como a mãe da menina.
Depois disso, a chacina apenas aumentou. Eles passaram a fazer ensopados, tortas e salgados, como empada e coxinha, que eles vendiam nas ruas de Garanhuns. O caso veio a público após o desaparecimento de uma das vítimas, Giselly Helena da Silva.
— Eu a conheci num médico e achei que ela e a Bruna podiam se dar bem, então as apresentei. Mas logo a Bruna veio contar como havia descoberto que a Giselly tinha tentado matar o próprio filho, como ela batia no sobrinho. Um dia ela foi até nossa casa, e eu me lembro de estar segurando um martelo e de ver o rosto da Bruna falando 'é agora'. A próxima coisa que me lembro é uma faca de cozinha, um corpo no chão, pedaços de carne no banheiro e o chuveiro ligado. Só acordei no dia seguinte, e quando abri a geladeira toda a carne estava lá guardada.
Os parentes de Giselly acionaram a polícia após o cartão da vítima ter sido usado em Garanhuns, por Bruna. O trio que realizava rituais satânicos foi então descoberto, investigado e preso. Ele foi sentenciado a 23 anos de prisão em novembro de 2013 pelo assassinato de três mulheres. Hoje, divide uma cela e cinco camas com outros 33 presos na prisão Desembargador Augusto Duque, no Pernambuco.
— Eu preciso ficar aqui preso, pelo bem das pessoas lá fora. Se eu saísse hoje, mataria de novo! Carne humana, para mim, é a mesma coisa que um bife de vaca.
Experimente grátis: todos os programas da Record na íntegra no R7 Play