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Cinco suspeitos de matar moradores de ruas são presos em Goiânia

Foram 29 mortos em oito meses; última vítima foi assassinada a facadas na capital

Cidades|Do R7, com Agência Brasil

Cinco homens foram presos na madrugada desta quarta-feira (17) suspeitos de matar moradores de rua em Goiânia e região metropolitana, em Goiás. Em oito meses, foram registrados 29 casos de assassinatos de moradores.

Os homens foram detidos por policiais militares, que apreenderam também uma arma, e conduzidos à Delegacia de Investigação de Homicídios. A suspeita é que o grupo tenha participado de alguns dos 29 assassinatos. A Polícia Civil já adiantou que ao menos três dos presos estão envolvidos com o narcotráfico.

Para a polícia, as prisões reforçam a tese defendida pelas autoridades locais de que os crimes, ou pelo menos a maioria deles, estão relacionados a dívidas e disputas do narcotráfico. Ao contrário do que sustentam a ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, e o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Wadih Damous, que já declararam ver fortes indícios de que os moradores de rua de Goiânia estão sendo vítimas de grupos de extermínio.

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A polícia chegou aos suspeitos a partir das investigações para esclarecer uma tentativa de homicídio frustrada registrada na madrugada do último domingo (15), contra um rapaz de 21 anos. Atingido por dois tiros, ele foi levado ao Hospital de Urgências de Goiânia e sobreviveu.

Segundo o chefe da DIH, delegado Murilo Polati, o rapaz vivia na rua há cerca de dois meses e, ao prestar depoimento à polícia, admitiu vender drogas para sustentar o próprio vício, apontando seu fornecedor – a quem devia dinheiro, como o autor dos disparos. Outro morador de rua que testemunhou o crime também já prestou depoimento

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A ministra anunciou que, ainda esta manhã, vai entregar ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o pedido para que a série de crimes seja federalizada, ou seja, investigada pela Polícia Federal e julgada na Justiça Federal.

Entenda o caso

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Na madrugada de terça-feira (16), foi registrado o 29.º homicídio contra moradores de rua, quando um homem, ainda não identificado, acabou esfaqueado em uma calçada do Setor Coimbra, bairro de Goiânia. Um dia antes, outro sem-teto foi baleado e está em estado grave no Hospital de Urgências da cidade. Desde o início do ano, a capital goiana vive uma onda de violência contra moradores em situação de rua.

Mesmo tendo sido mortos na madrugada e enquanto dormiam nas calçadas, a polícia entende que ambos os casos têm relação com drogas. "São pessoas que moram nas ruas e usam drogas, principalmente o crack", disse ontem o delegado Murilo Polatti, da Delegacia de Investigações Homicídios (DIH). Segundo ele, 18 mortes estão relacionadas às disputas por drogas. Ele também descartou a ação de um grupo de extermínio.

As mortes, no entanto, ocorrem em série, e os moradores de rua estão sendo assassinados a tiros, facadas, pauladas e espancamento. "Não se trata de a Polícia Federal entrar ali para dar apoio ao Estado. Trata-se de verificarmos se em Goiânia nós temos no tecido do Estado o envolvimento de pessoas com o crime organizado", disse a ministra Maria do Rosário.

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