Uma adolescente de 16 anos, filha de um vereador de São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, foi libertada na madrugada desta terça-feira (16), após mais de 50 horas de cativeiro. Segundo a polícia, o crime foi planejado por detentos de uma penitenciária do interior do Estado.
A jovem, que não foi identificada, não ficou ferida, mas conta que ficou muito assustada durante o sequestro.
— Eles pediam dinheiro e diziam que iam me matar.
O sequestro começou no sábado à tarde (14) quando duas pessoas armadas abordaram a garota, que trabalha em um supermercado da família. Inicialmente, os bandidos anunciaram que era um assalto. Em seguida, pediram que ela seguisse caminhando com eles para a rua. Ali avisaram do sequestro e a colocaram no porta-malas de um carro.
Os criminosos exigiram R$ 300 mil da família. Durante os dois dias de negociação, o pai da adolescente, o vereador Aurélio Schmidt, só tinha conseguido arrecadar R$ 10 mil. O medo aumentava, assim como as ameaças.
— Ele dizia que ia arrancar a orelha dela em um dia, depois outra no outro dia.
Logo depois do primeiro contato com a família, ainda no sábado, o pai da menina, que também é comerciante, acionou a polícia. A investigação descobriu que o sequestro foi planejado de dentro da Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas), no interior do Estado. De lá, os detentos deram a ordem para que os comparsas executassem o plano.
Os criminosos ligaram poucas vezes para o pai da garota. Em um dos telefonemas, segundo o vereador, um dos sequestradores disse que poderia matar a adolescente.
— Ele dizia que era um psicopata, que tanto fazia matar a minha filha ou não.
A vítima foi levada para três cativeiros. O último foi uma casa abandonada em Canoas, também na região metropolitana da capital gaúcha. Quando os policiais chegaram, a jovem estava amarrada em um colchão. Na casa, além da garota, estavam um homem e uma adolescente de 15 anos. Drogas também foram apreendidas.
Durante a madrugada, a polícia buscou no presídio Laurio Sávio Cunha e Claudinete Jorge Marques Júnior, ambos de 32 anos. Eles já tinham antecedentes criminais por roubo e sequestro. Cunha assumiu apenas envolvimento com assaltos.
— Só assalto, não sei nada de sequestro.
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