Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Elevar tempo de contribuição para Previdência não afeta mais ricos, diz analista

Elevar tempo de contribuição para Previdência não afeta mais ricos, diz analista

Folha Vitória|

São Paulo - O pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) Rogério Nagamine afirmou há pouco que o aumento do tempo mínimo de contribuição para a Previdência, de 15 anos para 25 anos, "é medida que não vai afetar os mais ricos". Ele negou, contudo, que isso seja uma declaração de que a mudança vai necessariamente prejudicar a população mais pobre.

Nagamine respondia a questionamentos do deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), que foi bastante enfático e colocou o pesquisador contra a parede, com diversas interrupções para "arrancar" uma resposta. Depois, Molon disse que não se tratava de uma questão pessoal. "É um tema que desperta paixões", justificou.

O pesquisador reconheceu que, como muitos brasileiros que fazem parte da camada mais rica se aposentam hoje por tempo de contribuição (35 anos para homens e 30 anos para mulheres), dificilmente eles serão afetados pela elevação no tempo mínimo de contribuição. Mas ele ponderou que 25 anos "não é densidade contributiva tão grande".

"Você não pode projetar o futuro com base no passado. Muitas das pessoas que estão se aposentando hoje são pessoas que sofreram e muito com o mercado de trabalho muito ruim que tivemos nas décadas de 80 e 90. Hoje nossa cobertura previdenciária é muito melhor do que era antes", observou Nagamine.

Publicidade

Além disso, o pesquisador defendeu que uma mudança nas regras de aposentadoria pode gerar, como consequência, uma alteração no comportamento da população, que se sentiria incentivada a contribuir por mais tempo para a Previdência. Hoje, na avaliação do técnico, muitas pessoas param de contribuir aos 15 anos de carteira assinada porque a aposentadoria não exige status de segurado no momento da solicitação.

"Ou seja, a pessoa pode parar de contribuir e pedir aposentadoria (ao chegar aos 65 anos). Tem parada muito grande nos 15 anos. Quando mudar regra, provavelmente vai ter mudança comportamental. Esse é um ponto que precisamos enfatizar na discussão", argumentou Nagamine. (Idiana Tomazelli - idiana.tomazelli@estadao.com)

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.