Os quatro adolescentes suspeitos de terem participado do estupro coletivo de quatro meninas na cidade de Castelo do Piauí, no interior do Estado, foram ouvidos pela Justiça na quinta-feira (11), em Teresina. A primeira audiência do caso terminou por volta das 17h, sem registro de tumultos nem protestos.
Segundo o promotor Cesario Cavalcante Neto, responsável por remeter o processo à Justiça, os suspeitos responderão pelos crimes de estupro, homicídio, tentativa de homicídio, corrupção de menores e associação criminosa, com agravantes como feminicídio.
Se somados os delitos, a pena poderia chegar a mais de 20 anos, porém, por serem menores de idade, os garotos só poderão ser recolhidos por, no máximo, três anos, como previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
O promotor afirma que a audiência foi para a 2ª Vara da Infância e Juventude da capital por questões de segurança. A Polícia Militar teria informado não ter tido tempo hábil para montar um esquema de segurança.
Foram ouvidos os quatro garotos infratores e os pais deles. Por serem menores de idade, o promotor não pode divulgar o que foi falado na audiência. As famílias das vítimas não participaram do procedimento.
Assim que receberam o processo, os advogados dos adolescentes terão um prazo de três dias para fazer a defesa prévia para entregá-la ao juiz do caso. Ainda de acordo com o promotor, será marcada uma nova audiência aonde serão ouvidas as vítimas e as testemunhas de defesa e acusação. A data da audiência ainda não foi marcada.
Os adolescentes estão recolhidos no CEIP (Centro de Educação de Internação Provisória de Teresina). Ao término do processo, eles serão transferidos para o CEM (Centro Educacional Provisória).
Recuperação
Apenas uma das quatro vítimas do estupro coletivo permanece internada no Hospital Nilo Lima, em Castelo do Piauí. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, a menina de 17 anos saiu da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), está consciente e não corre mais risco de morte, porém, ela apresenta dificuldades na fala e desorientação. Os médicos vão esperar a vítima melhorar para reavaliar o caso, pois ela perdeu massa encefálica e pode ficar com alguma sequela nos movimentos ou na fala. Ainda não há previsão de alta.
As outras duas adolescentes já receberam alta. A quarta vítima, Danielly Rodrigues Feitosa, não resistiu aos ferimentos e morreu no último domingo (7).