Uma pesquisa sobre a vitimização e risco entre profissionais do sistema de segurança pública feita pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) aponta que três em cada quatro policiais brasileiros já sofreram ameaças devido à atuação em combate ou investigação de crimes.
Foram entrevistados 10.495 agentes, dos quais 74,7% já foram ameaçados em serviço e 51,4% sofreram ameaças em horário de folga, período em que os policiais são mais atacados: 68,4% possuem amigos que foram vítimas de homicídio fora do trabalho e 60,6%, em serviço.
Os agentes informaram ainda que costumam adotar hábitos específicos devido ao risco que sentem no dia a dia como, por exemplo, em relação ao uso do transporte público — evitado por 61,4% deles. Outros 45,5% têm o habito de esconder a farda e/ou o distintivo quando estãi indo para o local de trabalho. Já 36% procuram esconder de parentes e amigos o fato de ser um agente de segurança pública.
Uma possível explicação para essa postura é que os profissionais temem por sua integridade física: 64,2% afirmam já terem sido discriminados por conta de seu trabalho. Ser vítima de homicídio, ser ferido, ser acusado injustamente de práticas ilícitas, adquirir algum tipo de distúrbio incapacitante e/ou psicológico são alguns dos principais medos dos policias, segundo a pesquisa.
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Além disso, a maior parte deles (75,9%) acredita que suas famílias também correm risco; 75,1% acreditam que a família está em risco simplesmente pela profissão escolhida; 45,8% afirmam que a família sofre discriminação por ter um integrante atuando como agente de segurança pública; e, 45,7% temem a desestruturação famíliar (separação e outros conflitos graves) devido às peculiaridades de seu trabalho.
Os agentes de segurança pública também se sentem inseguros por falta de equipamentos de proteção (52,7%), falta de apoio do comando (54,3%) e falta de apoio da sociedade (59,5%).
A pesquisa foi feita com agentes da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e agentes penitenciários em todo o País. O estudo completo será divulgado durante o 9° Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no Rio de Janeiro (RJ), nesta quinta-feira (30).
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