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38% das indústrias mudariam operação de rodovia para outro modal

28,5% das empresas optariam por ferrovias caso infraestrutura fosse adequada, mostra pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria)

Economia|Vinicius Primazzi, do R7*

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Trinta e oito por cento das indústrias trocariam o frete rodoviário por outro tipo de transporte, caso houvesse infraestrutura que permitisse a mudança, aponta pesquisa inédita da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

A CNI ainda mostra que 28,5% dos industriais brasileiros optariam pela ferrovia para o escoamento da produção e só não o fazem justamente porque o setor ferroviário, na avaliação deles, é o que apresenta as piores condições entre os modais.

Atualmente, somente 8% das indústrias usam as ferrovias para transportar sua produção. Dessas, 63% classificam o serviço prestado pelos trens como regulares, ruins ou péssimos, enquanto 31% dizem ser bom ou ótimo.

Os caminhões são utilizados por 99% das indústrias, e 46% chegam a optar pelo transporte aéreo, enquanto 45% usam o portuário. Por fim, os modais menos utilizados são a cabotagem (13%) e a hidrovia (12%).

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As principais razões apontadas pelos 2.500 executivos entrevistados para mudar a operação para outro modal são a perspectiva de redução de custos (64%) e a maior agilidade para a entrega do produto (16%).

Para 46% dos empresários, o custo é o principal problema na logística e operação das empresas. Segundo 84% dos entrevistados, o custo do transporte e da logística na indústria é alto ou muito alto — 79% indicam o frete como o principal custo logístico.

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Outros problemas relatados são o roubo de cargas (22%), má condição dos modais (20%) e má qualidade da frota (7%).

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O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que os aumentos dos investimentos em infraestrutura e a diversificação dos modais de transportes são imprescindíveis para reduzir os custos dos serviços e de produção.

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“Essa pesquisa mostra que há um enorme déficit na oferta de opções de transportes no Brasil. O custo logístico das empresas e consequentemente dos produtos para o consumidor só será menor quando tivermos uma infraestrutura adequada”, diz Robson Andrade.

Condições de infraestrutura para as indústrias

Apesar de terem apontado problemas especialmente relacionados aos transportes como obstáculos no dia a dia das empresas, 56% dos empresários industriais ouvidos pela pesquisa classificaram as condições de infraestrutura para as indústrias como boas ou ótimas, embora três das quatro mais bem avaliadas não estejam no setor de transporte de cargas.

O gerente de Transporte e Mobilidade Urbana da CNI, Matheus de Castro, adverte que, mesmo diante da extrema dependência dos caminhões para o transporte de cargas no país, há um déficit enorme na oferta de serviços de transporte rodoviário, bem como nos modais ferroviário e hidroviário.

“Se tivéssemos mais oferta na parte da logística, o custo total do transporte para a indústria seria muito inferior. Isso vai muito além da disponibilidade de caminhões ou trens, é tudo que envolve e contribui para a maior eficiência da movimentação de cargas no país”, avalia.

“O Brasil tem potencial para o transporte de cabotagem, hidroviário e ferroviário, especialmente depois da criação do Programa BR do Mar e da aprovação do novo marco legal de ferrovias. Temos um grande potencial para equilibrar melhor a nossa matriz de transportes”, destaca.

“Nenhum outro país continental como o Brasil utiliza tanto o transporte rodoviário como a forma principal da movimentação de cargas e de pessoas. Não faz sentido o modal rodoviário ser tão utilizado em distâncias longas”, conclui Matheus de Castro.

Distância rodoviária média entre local de produção e destino de venda dos produtos

36% - 101 a 500 km

22% - 501 a 1.000 km

12% - Até 100 km

11% - NS/NR

8% - Mais de 2 mil km

6% - 1.001 a 1.500 km

5% - 1.501 a 2.000 km 

Principal gargalo para a indústria

73% - Transporte

13% - Energia

6% - Saneamento

5% - Telecomunicações 

Principal gargalo de transporte

67% - Infraestrutura das rodovias

34% - Infraestrutura de ferrovias

10% - Ampliação/duplicação de rodovias

9% - Custo do combustível

9% - Acesso aos portos

*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Lúcia Vinhas

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