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AEB: instabilidade política afeta operações de exportações, mas não acordos

Economia|Do R7

O presidente da Associação de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro, afirmou nesta terça-feira, 19, que a atual instabilidade política não afeta negativamente o fechamento de acordos comerciais, mas prejudica as operações de exportações. Pouco antes, o secretário de comércio e serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Marcelo Maia, havia afirmado que o momento político não atrapalhava as negociações comerciais envolvendo o Brasil e outros mercados.

"Na negociação de acordos não necessariamente atrapalha, porque você não envolve valores. Mas o operacional está sendo muito afetado. É só ver o resultado da balança comercial de manufaturados que todos imaginavam que haveria um crescimento forte e neste mês não está crescendo, muito pelo contrário, tem queda", disse.

Castro explicou que a expectativa do mercado é de que, se houver impeachment da presidente Dilma Rousseff, a taxa de câmbio cairá ainda mais. "Todas as empresas que estão fechando algum negócio hoje vão usar uma taxa de câmbio bem menor e isso tira a competitividade no exterior", falou. "Se com um câmbio que estava a R$ 4 não cresce, como podemos imaginar a um patamar inferior?", completou.

O executivo confessou que o vice-presidente da República, Michel Temer, ainda não procurou o setor para uma aproximação, mas prevê que em um eventual governo do peemedebista, a situação de transição se dará em um ambiente já ruim. "Por melhor que sejam os profissionais que ele escolher, o cenário é muito difícil. Não dá para fazer milagres, para mudar o quadro econômico. Mas o nome da pessoa pode significar um amparo para as medidas que certamente não serão muito populares", falou.

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Sobre um piso de câmbio, Castro disse que R$ 3,50 ainda é bom. "Mas o duro é se esse patamar se mantém mesmo. Quando o dólar estava R$ 4 era bom, mas excessivo. O que temos que fazer mesmo são reformas estruturais: trabalhista, previdenciária, tributária e investimentos em infraestrutura e aí eu não me importo com a taxa de câmbio. Temos é que reduzir o custo Brasil, que prejudica as negociações", destacou. Ele informou que há empresas perdendo margem de lucro nas vendas externas para não perder clientes.

A projeção da AEB para o saldo da balança comercial brasileira se mantém de superávit de até US$ 50 bilhões. "Mas se continuar do jeito que está, com as importações caindo, apesar do recorde em superávit, não será salutar", ressaltou.

Castro participa do 7º Encontro Nacional de Comércio Exterior de Serviços (ENAServ2016), promovido pela AEB em parceria com o MDIC e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de S. Paulo (Fecomercio-SP).

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