O Copom (Comitê de Política Econômica) do BC (Banco Central) decidiu nesta quarta-feira (9), em Brasília, aumentar pela quinta vez consecutiva a taxa básica de juros, a Selic, de 9% para 9,5%. Com o aumento de 0,5% ponto porcentual, o saldo da caderneta de poupança vai render mais. Por outro lado, o consumidor vai pagar mais para pegar dinheiro emprestado em bancos ou parcelar compras em lojas.
Em nota, a autoridade monetária afirma que a "decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano".
A Selic é o principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação, que está em alta no País. Na última segunda-feira (30), economistas de instituições financeiras elevaram para 5,82% a projeção da inflação para este ano.
A taxa básica de juros é um instrumento do governo para segurar a oferta de crédito de bancos, financeiras e das próprias lojas, ou seja, para estimular ou frear o consumo e, assim, controlar o avanço natural dos preços.
Quando a Selic sobe, o dinheiro fica mais caro e a população pega menos empréstimos — para comprar desde casas, carros e eletrodomésticos até contratar serviços, entre outros. Assim, a escalada da inflação diminui.
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Ela é chamada de taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como um piso para a formação dos demais juros cobrados no mercado, que são influenciados também por outros fatores, como o risco de quem pegou o dinheiro emprestado não pagar a dívida.
Ela é usada nos empréstimos interbancários (entre bancos) e nas aplicações que os bancos fazem em títulos públicos federais. É a partir da Selic que as instituições financeiras definem também quanto vão pagar de juros nas aplicações dos seus clientes.
Ou seja, a taxa básica é o que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos, a um custo muito mais alto. Por isso, os juros que os bancos cobram dos clientes é superior à Selic.
Copom
Criado em junho de 1996, o Copom busca estabelecer as diretrizes de política monetária e definir a taxa de juros, nos mesmos moldes do Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano). A reunião do Copom é dividida em duas sessões.
Na primeira, que ocorreu na última terça-feira (8), os chefes de departamento do BC e o gerente-executivo de Relações com Investidores apresentam análises sobre a inflação, nível de atividade econômica do País e evolução do mercado financeiro.
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Da segunda sessão, que aconteceu nesta quarta-feira (9), participam só o presidente e diretores do BC, todos com direito a voto, além do chefe do Depep (Departamento de Estudos e Pesquisas), sem voto.
Os diretores de Política Monetária e de Política Econômica analisam as projeções para a inflação e fazem recomendações para a taxa de juros de curto prazo, em seguida todos os diretores se manifestam e apresentam eventuais propostas alternativas.