A Petrobras vem recebendo, ao longo do mês de maio, volumes de gás natural cerca de 30% inferiores aos solicitados no âmbito do contrato firmado com a boliviana YPFB, impactando o planejamento operacional da companhia, disse a estatal brasileira à Reuters na noite de sexta-feira (20).
"Tal redução da ordem de 30% não estava prevista e implica a necessidade de importação de volumes adicionais de gás natural liquefeito para atendimento aos compromissos de fornecimento da Petrobras", disse a companhia em comunicado.
A petrolífera também afirmou que está tomando as medidas cabíveis para que a YPFB cumpra o contrato legal.
A importação média da Petrobras estava em torno de 20 milhões de metros cúbicos de gás, segundo fontes da empresa.
A YPFB não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
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Em abril, a Bolívia fechou um acordo para enviar 14 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural para a Argentina, e o volume poderia aumentar ainda mais durante o inverno, para evitar a escassez de combustível.
Os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e da Bolívia, Luis Arce, explicaram na época que o país andino daria prioridade aos argentinos na exportação, caso a produção boliviana aumentasse.
O valor acordado era superior à média diária de 8,5 milhões de metros cúbicos que a Argentina recebeu da Bolívia nos três primeiros meses do ano. As importações de gás natural liquefeito (GNL), para complementar a oferta, implicam maior desembolso, já que os preços subiram para níveis recordes neste ano, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Uma fonte disse à Reuters, na condição de anonimato, que a Argentina chegou a pedir uma carga extra de energia nos últimos dias, mas em seguida recuou.