Depois de dois meses em queda, as taxas de juros para crédito para pessoas físicas voltaram a subir. Em outubro, atingiram o maior porcentual desde março de 2011, ficando em 44% ao ano, conforme informou nesta quarta-feira (26) o Banco Central.
O movimento ocorreu no mesmo mês em que a Selic (taxa básica de juros) foi elevada de 11% ao ano para 11,25%. Mas, como a alta foi no fim do mês e não havia nenhuma sinalização de que viria um aperto monetário, as linhas de crédito podem subir ainda mais.
Não houve tempo para as instituições financeiras absorverem a mudança e a perspectiva é de continuidade da elevação. A Selic pode chegar a 12% ao ano em março, segundo o Boletim Focus, o que, se confirmado, terá impacto no custo dos empréstimos e financiamentos. Ou seja: poderá ficar ainda mais caro tomar crédito dos bancos.
Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 42,8% ao ano para 44% ao ano, no período, enquanto para a pessoa jurídica aumentou de 22,8% ao ano para 23,4%.
Já a taxa média de juros de todas as operações (para pessoas físicas e empresas) subiu de 31,9% ao ano, em setembro, para 32,8% ao ano em outubro.
Cheque especial também ficou mais caro
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, o destaque foi o cheque especial, cuja taxa subiu de 183,3% ao ano para 187,8% ao ano na mesma comparação — uma alta de 4,5 pontos porcentuais no mês. Em 12 meses, essa modalidade acumula alta de 43,9%. Para o crédito pessoal, a taxa subiu de 44,3% ao ano para 45,9% ao ano.
Para veículos, os juros caíram de 18,9% ao ano em agosto para 18,8% ao ano no mês passado, no caso de pessoa jurídica. Já para pessoa física, o juro médio para aquisição de automóveis passou de 22,8% em agosto para 23% em outubro.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui também as operações direcionadas, aumentou de 21% ao ano em setembro para 21,3% ao ano em outubro. O juro médio do crédito direcionado passou de 8,1% ao ano para 7,9% ao ano na mesma comparação.
Crédito para casa própria subiu 22%
As operações de crédito direcionado para a habitação no segmento pessoa física cresceram 2,4% em outubro ante setembro, totalizando R$ 416,647 bilhões, de acordo com o Banco Central. No acumulado de 2014 até o mês passado, a expansão foi de 22% e, em 12 meses até outubro, de 27,6%.
Segundo o BC, R$ 41,020 bilhões se referem a empréstimos a taxas de mercado e R$ 375,627 bilhões, a taxas reguladas. O BC deixou de incorporar nestes dados as operações com crédito livre, por serem residuais.
As operações a taxas de mercado apresentaram crescimento de 2,8% no mês, de 12,6% no ano até o mês passado e de 16,8% em 12 meses até outubro. Já os financiamentos a taxas reguladas avançaram 2,3% em outubro ante o mês anterior, 23,1% no acumulado do ano e 29% em 12 meses.
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