Os empresários brasileiros esperam que o País tenha maior crescimento e querem, além da reforma tributária, investimentos em educação, qualificação de mão de obra e controle da inflação. As declarações foram feitas nesta quarta-feira (19) durante o Fórum Brasil: Diálogos Para o Futuro, evento organizado pela revista Carta Capital que reúne políticos e empresários brasileiros.
“Temos um viés de crescimento e vamos em frente. A mineração é um setor importante para o País, pois tem geração de emprego e aumento nos investimentos estruturais no Brasil. Não aceitamos mais ser vira-lata, estamos investindo e vamos crescer”, disse Murilo Ferreira, presidente da Vale.
Segundo a presidente do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, há uma década o varejo brasileiro não tinha grande representatividade. “[Mas] os empresários se uniram e conseguiram crescer 8% no último ano”.
— Estamos interessados no crescimento do Brasil. Mas gastamos 2% do investimento da empresa apenas para controlar os tributos. São 32 mudanças de impostos por dia. Cada Estado tem uma política de ICMS [imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços]. Só vai mudar isso quando a gente se unir.
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Para o presidente do Grupo CAOA, Antonio Maciel Neto, o Brasil precisa se focar em três itens para voltar a crescer: controlar inflação, aumentar investimento e produtividade.
— A atual inflação é preocupante, ter entre 5% e 6% ao ano ainda é muito alto. É preciso ter uma racionalização da tributação. No futuro, o País precisa ter inflação de 2%. O investimento é baixo e, para resolver a infraestrutura, é preciso ter regras estáveis e sérias. Além disso, temos uma pesada tributação sobre o investimento. Em relação à produtividade, o Brasil teve um ganho, mas parou. O País precisa de investimento de gente, educação, inovação, ciência e tecnologia.
Eleições
Os empresários disseram ainda que a discussão eleitoral é um entrave para o crescimento. Segundo eles, a reforma tributária não vai sair do papel porque os políticos se preocupam apenas com a disputa na eleição.
“Cada grupo econômico está ligado a um partido, fala uma coisa e está tudo contaminado”, disse o presidente da Vale.
— Antecipamos a discussão a cada ano. Esse processo indisciplinado foi levado para fora do País.
Luiza Trajano afirma ainda que é convidada “para muita coisa, mas não tem partido. Meu partido é o Brasil”. Ela disse que o objetivo é ajudar o País.
Já de acordo com Maciel Neto, o brasileiro está animado, quer fazer para frente, mas “falta perspectiva de futuro, que deve ser focada violentamente na educação”.
Para o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, essa é a área que o "Brasil está devendo muito".
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