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ENTREVISTA-Mineradora brasileira Nexa quer aumentar base de clientes na Ásia

Economia|Do R7

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Após abrir capital em Nova York e Toronto, a mineradora brasileira Nexa Resources deve decidir ainda neste ano sobre a abertura de um escritório comercial na Ásia, como parte de uma estratégia para ampliar sua base de clientes na China e em outros países da região.

Em entrevista à Reuters, o CEO da Nexa (ex-Votorantim Metais), Tito Martins, afirmou que a empresa já tem uma base de clientes bem estabelecida na Europa e bastante forte na América Latina. Agora, vai buscar se aproximar mais do mercado que mais cresce no mundo, explicou o executivo.

A mineradora, integrante do conglomerado Votoratim, uma das cinco maiores produtoras de zinco do mundo, tem atualmente escritórios comerciais em Houston (EUA), Luxemburgo (Europa), Lima (Peru) e São Paulo.

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"Um desafio para nós tem sido entrar mais na Ásia... É muito provável que a gente decida abrir uma representação comercial (na região)", disse à Reuters Tito Martins por telefone.

Os quatro países onde a empresa tem representações comerciais foram responsáveis, juntos, por 70 por cento da receita total de vendas da Nexa em 2016, de 1,913 bilhão de dólares, sendo que o Brasil e o Peru representaram, cada um, quase 30 por cento do montante total. Enquanto isso, a China representou menos de 1 por cento.

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Martins, que foi diretor financeiro da mineradora Vale, vê boas oportunidades de crescimento nas vendas e nos preços de realização de zinco e cobre, enquanto o gigante asiático vem reduzindo sua atividade mineral e industrial, em meio a um esforço do governo para reduzir a poluição.

Segundo o executivo, a China é um dos maiores produtores globais de zinco. No entanto, após a adoção de novas exigências na área ambiental, o país tem reduzido sua oferta.

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"Com isso, nos últimos 12 a 18 meses, tem faltado concentrado de zinco no mercado e a expectativa é que a situação se mantenha pelo menos nos próximos 24 meses. O que significa que a gente deve ver os preços de zinco em patamares onde estão hoje ou acima deles pelos próximos 24 meses", disse Martins.

Atualmente, os preços do zinco giram em torno dos 3.200 dólares a tonelada, um dos maiores patamares da história, frisou Martins.

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INVESTIMENTOS E CRESCIMENTO

A Nexa ainda não fechou suas metas para 2018, mas Martins prevê que o volume de investimentos deverá ficar em um patamar semelhante ou acima do que será registrado ao longo deste ano, de cerca de 200 milhões de dólares.

O objetivo da empresa para os próximos anos será se concentrar nas construções das minas de zinco Aripuanã, no Brasil, e Shalipayco, no Peru, enquanto melhora a capacidade das operações existentes no Peru. As receitas obtidas com os IPOs, realizados no mês passado, deverão seguir nesta direção.

As novas minas brasileira e peruana deverão iniciar operações em 2020 e 2021, respectivamente, segundo Martins.

No entanto, a Nexa não descarta o crescimento também por meio de aquisições, caso boas oportunidades venham a surgir futuramente.

"A gente quer crescer nos projetos que nós temos hoje, mas lógico que se houver possibilidades de sociedades em outros projetos e em outras empresas vamos estar sempre vendo... não tem nada hoje, mas é uma possibilidade também", ponderou o executivo.

Ao publicar os resultados do terceiro trimestre na semana passada, a Nexa Resources apontou um lucro líquido de 81 milhões de dólares, alta de 67,4 por cento em relação ao mesmo período de 2016. A receita líquida foi de 625,8 milhões de dólares, alta de 19,7 por cento na mesma comparação.

Foi o primeiro balanço financeiro que a companhia anunciou após a abertura de capital em Nova York e Toronto.

O IPO da Nexa do Canadá foi o terceiro maior no setor de mineração no país, de acordo com dados da Thomson Reuters, e aconteceu quando os IPOs no Canadá já estavam desacelerando, após o primeiro semestre mais forte em 11 anos.

A escolha do Canadá para abrir o capital, segundo a empresa, foi devido ao amplo conhecimento que os investidores no país tem sobre empresas de mineração. Nova York também foi escolhida com expectativa de liquidez para os papéis.

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(Por Marta Nogueira)

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