A agência Fitch, de classificação de risco de crédito, voltou a reduzir nesta terça-feira (8) a qualificação da dívida soberana da Rússia em moeda estrangeira a longo prazo de "B" para C", e acrescentou que o incumprimento das suas obrigações é "iminente".
De acordo com um comunicado da agência, esse rebaixamento segue o anunciado em 2 de março, já que o que aconteceu desde então "prejudicou ainda mais a disposição da Rússia de pagar a dívida do governo", referindo-se às sanções internacionais impostas à Rússia como resposta à invasão da Ucrânia.
De maneira mais geral, a escalada de sanções e propostas que podem limitar o comércio de energia aumenta a probabilidade de uma resposta política da Rússia que inclui pelo menos um default seletivo em suas obrigações de dívida soberana.
Em menor grau, o risco de impor barreiras técnicas para o serviço da dívida, inclusive por meio do bloqueio direto da transferência de fundos ou por meio de sistemas de compensação e liquidação, "também aumentou um pouco desde nossa última revisão", detalhou a Fitch.
A agência também menciona que a aplicação do regulamento do Banco Central da Rússia restringiu a transferência de cupons de dívida da OFZ em moeda local para não residentes desde o fim da semana passado.
A redução do Teto País para 'B-' reflete o impacto esperado dos controles de capital ao impedir a transferência e a conversibilidade, acrescentou a agência.
Banco Central limita saques na Rússia
O Banco Central da Rússia anunciou que limitou a US$ 10 mil o valor máximo que um cliente pode sacar em moeda estrangeira em dinheiro em suas contas de divisas, segundo informou a agência Sputnik.
"Um cliente pode sacar até 10 mil dólares americanos em moeda estrangeira em dinheiro e o restante dos fundos em rublos, dependendo da taxa de câmbio do mercado no dia da retirada", detalha o comunicado do órgão emissor russo. O novo regulamento do Banco Central da Rússia é adotado após a decisão da União Europeia, Estados Unidos e vários outros países de impor sanções econômicas à Rússia como resposta à invasão da Ucrânia, que já deixou milhares de mortes e mais de 2 milhões de refugiados.