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Indústria vê preço do trigo sustentado no Brasil mesmo com entrada de nova safra

Economia|Do R7

Por José Roberto Gomes

SÃO PAULO (Reuters) - Os preços do trigo no Brasil "não devem cair muito" nas próximas semanas, mesmo com a entrada da nova safra, dada a sustentação observada no mercado internacional, avaliou nesta terça-feira a Abitrigo, associação que representa a indústria nacional.

Segundo o vice-presidente do Conselho Deliberativo da entidade, João Carlos Veríssimo, problemas de oferta em importantes players globais, como Rússia, Ucrânia e mesmo China, têm dado suporte às cotações na Bolsa de Chicago , referência para a commodity.

"Não vai ter refresco para a indústria brasileira de nenhuma origem. A base é uma só, é Chicago. Não vejo redução nos custos para os moinhos, mesmo com a entrada da nova safra", afirmou ele na sede da Abitrigo, por ocasião da divulgação de uma política setorial para produto.

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"Não existe perspectiva de queda do preço do trigo no curto prazo", frisou.

A colheita de trigo deve começar nas próximas semanas no Paraná, o principal produtor do cereal do Brasil.

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Conforme monitoramento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o trigo doméstico está atualmente em torno de 960 reais por tonelada, 300 reais mais na comparação com igual período do ano passado.

Em Chicago, a apreciação da commodity é da ordem de 30 por cento.

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Preços mais altos exerceriam pressão sobre a indústria nacional, uma vez que o Brasil é um importador líquido da commodity.

Pelos dados mais recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país deve produzir 5,14 milhões de toneladas de trigo em 2018, com compras externas de 6,3 milhões de toneladas, a maior parte vindo da Argentina.

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POLÍTICA

A Abitrigo lançou nesta terça-feira uma proposta de política setorial para a commodity, a ser apresentada aos candidatos à Presidência da República, com eixos de ação que vão desde revisão de incentivos fiscais até ampliação da área plantada, passando por investimentos em logística.

A proposta para uma Política Nacional do Trigo visa impulsionar a oferta do cereal no Brasil.

"Toda a cadeia vai se beneficiar de uma política nacional, o que não há no Brasil", disse o presidente da Abitrigo, embaixador Rubens Barbosa, destacando que a política não é protecionista e prevê uma ação de "médio e longo prazo".

Conforme a Abitrigo, são seis os eixos que norteiam a proposta: ambiente legal, produção, incentivos fiscais, ambiente de negócios, comércio internacional e logística e infraestrutura.

A proposta também defende desburocratização, apoio à pesquisa, isonomia tributária em toda a cadeia produtiva, modernização de portos e da cabotagem, investimentos em armazenagem, dentre outros pontos.

A Abitrigo é integrada por 44 moinhos, representando mais de 85 por cento da indústria moageira do Brasil.

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(Por José Roberto Gomes; edição de Roberto Samora)

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