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Lojas devem abrir 115 mil vagas temporárias para o final de ano

Efetivações devem saltar de 16 mil, em 2016, para mais de 31 mil, este ano

Economia|Juca Guimarães, do R7

Contratação de temporários deve aumentar este ano
Contratação de temporários deve aumentar este ano Contratação de temporários deve aumentar este ano

A contratação de funcionários temporários para o final de ano no comércio está entrando na sua fase mais aquecida. Nos próximos 15 ou 20 dias, serão cerca de 115 mil contratações em todo País, segundo a Alshop (Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping).

O número representa um aumento de 5,5% em relação à temporada de fim de ano de 2016, quando 109 mil vagas foram criadas.

Entre setembro e dezembro, a expectativa de contratação de temporários é de 374 mil pessoas, de acordo com a Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário). A estimativa foi feita em setembro.

A expectativa também é positiva para as efetivações no cargo daqueles que se destacarem nas vendas. Em 2016, cerca de 15% dos temporários foram contratados (aproximadamente 16.300 pessoas).

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Já para este ano, o varejo projeta a efetivação de aproximadamente 31 mil trabalhadores — 27% do total de temporários.

"Essa média de 27% de efetivação é próxima ao patamar que o segmento contratava nos anteriores a crise econômica. Ano passado, no auge da crise, a taxa de efetivação foi realmente baixa", diz Luís Ildelfonso, diretor de relações institucionais da Alshop.

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As vagas temporárias nos shoppings, em sua maioria, são para as funções de vendedor, caixa e estoquista. A remuneração é de cerca de R$ 1.200 mais comissão. O perfil desejado é de jovens, com iniciativa e disposição. 

"Também é uma boa oportunidade para quem tem alguma experiência profissional e está em busca de recolocação", diz Ildelfonso.

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De demitida a temporária?

A estudante Julyana Custódio, de 26 anos, estava trabalhando em um empresa de call center, em São Paulo, até maio quando foi demitida. "Eu era monitora de qualidade e tinha sete anos e meio na empresa", diz.

O último salário estava na faixa de R$ 1.200, mas como não conseguiu uma vaga fixa até o momento, Julyana decidiu procurar uma vaga temporária em shopping para aliviar as contas do final de ano.

"Eu estava fazendo um curso técnico de enfermagem, mas tive que parar por falta de dinheiro", diz a estudante, que mora sozinha e tem dois filhos, um de quatro e outro de cinco anos.

Até agora, Julyana entregou currículos em lojas do shopping Eldorado, na zona oeste da capital. Nas próximas semanas, ela vai tentar em lojas de roupas e maquiagens dos shoppings West Plaza e Bourbon, ambos mais próximos da sua casa, no parque Anhanguera.

De acordo com a Alshop, a ampliação no número de vagas temporárias este ano se deve à redução da inflação, à desaceleração dos preços e à queda dos juros. "Ainda estamos em compasso de espera, mas a atividade econômica já está bem melhor agora do que no ano passado", diz Ildelfonso.

Julyana sabe que passando pela seleção para a contratação de temporários terá algumas semanas intensas de trabalho. "A jornada é de 10 horas por dia, mas vale a pena. Quero ter a chance de mudar de área. Gosto de trabalho que tem contato com o público", diz.

A ACSP (Associação Comercial de São Paulo) estima um crescimento entre 5% e 10% nas vagas temporárias no varejo para o final de ano. De acordo com a entidade, a melhora da economia e novas modalidades de contratação criadas pela reforma trabalhista neste ano.

"Além do temporário, há outras modalidades de contratação, como o trabalho intermitente e por tempo parcial. Houve também a regulamentação do home office e da terceirização, o que também ajuda", diz Alencar Burti, presidente da ACSP.

O presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, também está otimista com as contratações de final de ano, porém, faz ressalvas em relação aos efeitos da reforma trabalhista.

"São mudanças muito profundas. No entanto, pelo menos na cidade de São Paulo, não terão efeitos nessa temporada de final de ano. Foi fechado um acordo coletivo em setembro com validade até fevereiro de 2018 para segurar as aplicações da novas regras. É preciso de um tempo maior para avaliação. Até mesmo entre os juizes trabalhistas existem polêmicas sobre a reforma", diz Patah.

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