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Luta pela meta de inflação ficou para 2022, dizem economistas

Avanços dos preços dos combustíveis e das contas de luz tirou o IPCA da variação de preços esperada pelo governo

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Inflação descolou da meta com alta dos combustíveis
Inflação descolou da meta com alta dos combustíveis Inflação descolou da meta com alta dos combustíveis

Impactada pelos avanços dos preços dos combustíveis e das contas de luz, a inflação descolou do teto da meta perseguida pelo governo nos últimos meses e o patamar não deve ser recuperado até o fim de 2021.

De acordo com economistas consultados pelo R7, as atuais movimentações do BC (Banco Central) para conter o avanço dos preços miram a meta de 3,5% firmada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para o ano que vem, com tolerância de 1,5 ponto percentual.

Para este ano, o teto da meta de 5,25% foi furado pela primeira vez e março e nunca mais recuperado. Atualmente, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado para os últimos 12 meses figura em 8,99%.

"O compromisso inequívoco do Banco Central é com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e os passos futuros da política monetária são livremente ajustados com esse objetivo", aponto a penúltima ata da autoridade monetária. A tentativa de conter o avanço dos preços já resultou em cinco altas consecutivas da taxa básica de juros da economia, a Selic.

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Para André Braz, economista responsável pelos índices de preços do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), quando o BC (Banco Central) fala em cumprir a meta ao justificar as recentes altas da taxa básica de juros o foco é em conter os preços já em 2022. 

"Para o ano que vem, o BC tem que fazer o máximo possível para ancorar as expectativas, porque se perder a mão de novo alimenta uma inércia inflacionária, guiada pela expectativa de que a inflação está cada vez mais desafiadora", aponta Braz, que prevê o IPCA próximo de 8% ao final do ano, percentual duas vezes maior do que o centro meta, de 3,5%

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O presidente do Cofecon (Conselho Federal de Economia), Antonio Corrêa de Lacerda, explica que a estratégia do BC busca "gerar confiança" para a formação de opiniões positivas do mercado financeiro. "Há um intervalo entre a decisão da política monetária e seu efeito. Portanto, as decisões tomadas agora deverão surtir efeito apenas em 2022. O preço de tudo isso será menor crescimento do PIB, portanto permanência do desemprego e da queda da renda", afirma ele.

As expectativas mais recentes do mercado financeiro apontam para uma alta de 7,11% no IPCA (Índica Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano. Se confirmado, o valor é 1,86% superior ao teto defendido pelo governo.

Na percepção de Lacerda, o Banco Central poderia adotar uma "visão mais pragmática" para inibir o avanço dos preços, sem se limitar apenas na alta dos juros. "Cercear a atuação de oligopólios na formação de preços, adotar estoques reguladores de cereais, por exemplo, são medidas factíveis, mas que não serão adotadas", aponta o presidente do Cofecon.

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