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Olimpíadas podem afetar preços dos aluguéis e dos imóveis? Entenda

Estudo sugere valorização nos anos anteriores ao evento seguida de queda expressiva depois

Economia|Richard Rytenband, comentarista de Economia da Record News

Foto da Vila dos Atletas, no Rio de Janeiro, inaugurada em junho
Foto da Vila dos Atletas, no Rio de Janeiro, inaugurada em junho Foto da Vila dos Atletas, no Rio de Janeiro, inaugurada em junho

O desejo de uma cidade se tornar sede dos Jogos Olímpicos passa pela expectativa de uma grande transformação urbana, com melhorias na infraestrutura e revitalização das áreas mais pobres. Apenas isso já é suficiente para iniciar um ciclo de valorização dos imóveis, assim que a cidade é oficialmente escolhida.

Com o Rio de Janeiro não foi diferente. De outubro de 2009, com a indicação para ser sede, até o início de 2015, a cidade experimentou uma valorização expressiva no preço dos imóveis e aluguéis.

Alguns bairros como Gamboa e Estácio acumularam valorização de 365,7% e 232%, respectivamente, até maio de 2016, de acordo com dados do indicador FipeZap.

Em verde, valorização dos imóveis no cenário nacional de set/2010 a jan/2016. Preço dos imóveis no Rio de Janeiro estão em vermelho
Em verde, valorização dos imóveis no cenário nacional de set/2010 a jan/2016. Preço dos imóveis no Rio de Janeiro estão em vermelho Em verde, valorização dos imóveis no cenário nacional de set/2010 a jan/2016. Preço dos imóveis no Rio de Janeiro estão em vermelho

No geral, o preço dos imóveis se valorizaram bem acima da média nacional, conforme demonstra o gráfico ao lado feito com base nos dados da FipeZap.

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Mas o que proprietários e inquilinos querem saber é se esse patamar se manterá ou se teremos uma forte reversão logo após o evento.

Um estudo publicado pela Capital University of Economics de Beijing na China, de autoria de Tiansheng Xu pode nos ajudar a responder esta pergunta.

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Ao analisar o que ocorreu nas últimas cidades-sede desde 1988, o pesquisador identificou um padrão. Nos anteriores ao evento ocorre uma significativa valorização dos imóveis e aluguéis, seguida de uma queda logo após o evento e que em alguns casos foi de grande intensidade, principalmente nas áreas próximas as instalações olímpicas.

Nem mesmo Barcelona 1992, considerada a mais bem-sucedida Olímpiadas de todos os tempos escapou deste padrão. De acordo com as estatísticas, os imóveis se valorizaram cerca de 300% durante os 6 anos anteriores ao evento, mas caíram bruscamente já em 1993. A única exceção ao padrão foi Atlanta 1996 que não apresentou grandes valorizações nem antes e nem depois do evento.

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Com um ciclo de queda nos imóveis em curso em todo país desde 2014 — conforme já apresentado no R7 — e o efeito olímpico, a expectativa é de quedas mais expressivas no preço dos imóveis e aluguéis no Rio de Janeiro, principalmente nos bairros próximos ao centro olímpico e suas instalações.

O lado bom destas quedas é reverter o processo de exclusão da população de média e baixa renda, que nos últimos anos foi forçada a se mudar para áreas mais distantes, em que os aluguéis e o custo de vida eram mais compatíveis com seus rendimentos.

De 2010 a meados de 2014, os alugueis na cidade subiram mais de 90%, enquanto a inflação oficial (IPCA) no mesmo período foi de apenas 31,18%, o que retrata bem, o lado negativo do efeito olímpico.

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