O Brasil perdeu mais de 1,5 milhão de empregos formais, com carteira assinada, no acumulado do ano passado, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho, nesta quinta-feira (21). O número exato foi de 1.542.371, o pior resultado anual desde o início da série histórica em 1992.
Apenas em dezembro, o País teve uma redução de 596.208 postos de trabalho. Esse número representa a diferença entre as demissões (1.513.239) e contratações (917.031) no mês passado. Analistas consultados pela Reuters estimavam o fechamento de 655 mil empregos no último mês do ano, conforme mediana das expectativas.
Segundo o Ministério do Trabalho, o resultado do ano passado pode ser justificado em razão da interação de um conjunto de fatores como a queda do nível de atividade econômica, clima de incerteza, fatores sazonais e climáticos associados à crise internacional.
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Em coletiva de imprensa, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rosseto, disse que 2015 foi, de fato, um "ano difícil", e que os "números não são bons em relação a emprego".
Segundo Rosseto, o governo tem como "prioridade absoluta" no próximo ano focar a preservação de trabalho e geração de emprego no país.
— Várias medidas foram tomadas e estão sendo tomadas. 2015 não desorganizou de forma estrutural o mercado de trabalho do País.
Setores
Em termos setoriais, os dados demonstram uma queda quase generalizada. A Agricultura foi o único setor a apresentar crescimento do emprego, com incremento de 9.821 postos de trabalho, o que equivale à variação de 0,63%.
Os principais setores responsáveis pela redução do emprego no ano foram: indústria de transformação (-608.878 ou -7,41%), construção civil (-416.959 ou -13.60%), serviços (-276.054 postos ou -1,58%) e comércio (+218.650 postos ou 2,32%).
Região
Segundo o recorte geográfico, os dados mostram que todas as grandes regiões reduziram o nível de emprego formal celetista, apresentando o seguinte desempenho: Sudeste: -891.429 postos, ou -4,09%; Nordeste: -254.402 postos ou -3,74%; Sul: -229.320 postos, ou -3,08%, Norte: -100.212 postos, ou -5,15% e Centro-Oeste: -67.008 postos, ou -2,08%.
Todas as Unidades da Federação evidenciaram queda no contingente de empregos celetistas em 2015. Os maiores recuos ocorreram nos Estados de São Paulo (-466.686 postos ou -3,65%), Minas Gerais (-196.086 postos ou -4,58%; Rio de Janeiro (-183.686 postos ou -4,69%), Rio Grande do Sul (-95.173 postos ou -3,55%) e Pernambuco ( -89.561 postos ou -6,43%).
O nível de emprego para a totalidade das Áreas Metropolitanas registrou uma perda de 752.726 postos de trabalho, correspondente à variação negativa de 4,48%, demostrando que este espaço geográfico foi mais atingido com os efeitos negativos sobre o mercado de trabalho.
Todas as nove Áreas apontaram declínio no emprego, sobressaindo as regiões metropolitanas de São Paulo (-252.740 postos ou -3,69%), Rio de Janeiro (-130.305 postos ou -4,41%) e Belo Horizonte (-106.348 postos ou -6.66%). Em termos relativos, a maior queda ocorreu na Grande Recife (-8,06% ou -76.128 postos).
Nos interiores desses aglomerados urbanos, a redução do emprego atingiu o montante 500.539 postos de trabalho ou -3,37%, resultado negativo menor que o registrado para o total das Áreas Metropolitanas.
Os interiores dos Estados desses aglomerados urbanos que mais suprimiram empregos foram: São Paulo (-213.946 postos ou 3,59%), Minas Gerais: -89.738 postos, ou -3,35% e Rio de Janeiro (-53.381 postos ou -5,52%). A maior queda, em termos percentuais, ocorreu no interior do Estado do Pará (-5,68% ou -25.218 postos).