Parlamento grego confirma seu respaldo para governo negociar acordo

Atenas, 11 jul (EFE).- O parlamento da Grécia deu na madrugada deste sábado (data local) seu aval ao governo para continuar negociando com os credores com base na última proposta de acordo apresentada nesta quinta-feira por Atenas. A votação foi definida com os votos a favor de 251 deputados, enquanto 32 votaram contra e oito se abstiveram. As abstenções foram em sua totalidade dos deputados do governamental Syriza como o ministro de Energia e líder da corrente mais esquerdista do partido, Panayotis Lafazanis, e a presidente do parlamento, Zoé Konstandopulu. Além da grande maioria do esquerdista Syriza e dos deputados de seu parceiro de governo, votaram a favor o nacionalista Gregos Independentes, os conservadores do Nova Democracia, o centrista To Potami e o social-democrata Pasok. Por outro lado, os neonazistas do Aurora Dourada, os comunistas do KKE e dois deputados do Syriza se posicionaram contra. Antes da votação e perante o anúncio de que alguns dos deputados do Syriza não iriam dar seu respaldo, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, fez um discurso curto para pedir unidade. Tsipras afirmou que o procedimento era necessário para que o ministro das Finanças, Euclides Tsakalotos, tivesse o máximo apoio a fim de obter o melhor resultado possível. "O voto a favor dos deputados do governo é o mínimo de confiança que se pode mostrar para o governo e o primeiro-ministro", comentou. O governo decidiu pedir ao parlamento seu aval para continuar com as conversas, após enviar aos representantes das instituições (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) o novo pacote de reformas que inclui aumento de impostos, das cotações sociais e reduções das pensões. No início da sessão, o primeiro-ministro assinalou que o governo fez muitas concessões na proposta enviada aos credores a respeito de seu programa inicial, em troca de manter o país no euro e conseguir financiamento, um pacote de investimentos e a reestruturação da dívida. "Não quero esconder a verdade. O acordo que será debatido no Eurogrupo (fórum informal que reúne os ministros de Economia e Finanças da zona do euro) está longe de nosso programa", disse Tsipras. "Devemos admitir, por outro lado, que o que (os credores) nos pedem é difícil. É melhor do que o ultimato, mas é difícil", destacou o primeiro-ministro, que acrescentou que agora o país tem "pela primeira vez, a possibilidade de fazer desaparecer a discussão sobre o 'grexit' (a saída da Grécia do euro)". Os líderes do Nova Democracia, Vangelis Meimarakis, do To Potami, Stavros Theodorakis, e do Pasok, Fofi Yenimata, respaldaram o governo em seus discursos para que se alcance um acordo, embora sujeito a um resultado que garanta a permanência na zona do euro. "As medidas dolorosas são necessárias para o país. Esperamos que cheguem ao melhor acordo possível. Estamos com vocês neste caminho", disse Meimarakis. Theodorakis, por sua vez, destacou que espera que o primeiro-ministro "faça todo o possível para manter o país na Europa". Após conseguir sinal verde na câmara, o governo espera agora obter o sinal verde do Eurogrupo que examinará neste sábado sua proposta. EFE rc-yc/rsd