Nos últimos anos, a Unimed Paulistana adquiriu uma dívida que chega a R$ 210 milhões, com instituições de saúde ligadas à Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados). Segundo o presidente da entidade, Francisco Balestrin, em todo o mercado, a dívida da operadora é de R$ 1 bilhão.
A Anahp representa cerca de 70 hospitais, muitos deles referência no País. Balestrin diz que, com a intervenção da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), muitos clientes da Unimed Paulistana entraram na Justiça para garantir o tratamento.
— A gente teve nesse último mês, na rede de hospitais da Anahp, cerca de 360 pacientes que estiveram internados por força de liminares. Embora os hospitais tenham dado atendimento, o risco de não se receber por conta disso é até maior. A grande maioria é tratamento de doenças sérias, portanto, mais caros.
Ele acrescenta que essa dívida da Unimed Paulistana atinge também outras unidades.
— A rigor, o Sistema Unimed, embora se chame assim, é formado por unidades individuais e isoladas. Elas têm um intercâmbio, a que atende em determinada localidade manda a conta para a outra. Dessa forma, a Unimed Paulistana também deve para outras do Brasil inteiro.
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Em 2013, a Unimed Paulistana teve prejuízo de R$ 120 milhões. A empresa pediu aos médicos cooperados, naquela ocasião, que fizessem aportes em um fundo de reserva, de R$ 67 milhões.
Na terça-feira (17), a ANS decidiu prorrogar o prazo para que os clientes da Paulistana migrem para os planos oferecidos em outras quatro operadoras, que também fazem parte da Unimed. Porém, as queixas de algumas pessoas são de que os novos planos não têm a mesma rede credenciada e são mais caros.
O Procon-SP, que participou do acordo com a operadora, diz que está acompanhando a migração e que quem tiver problemas pode registrar uma reclamação. Segundo o órgão, até agora, foram feitas “bem poucas reclamações com a relação à portabilidade”.
Há pouco mais de dois meses, a ANS interveio na Unimed Paulistana, obrigando-a a transferir todos os 744 mil clientes para outra operadora. Essa medida foi tomada porque a empresa não tinha mais condições financeiras e técnicas de garantir que os consumidores continuassem sendo atendidos.