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Conheça a história do vestibular no Brasil e saiba o que esperar para os próximos anos

Número maior de alunos ao de vagas nas instituições levou a criação das provas, que passa por transformações contínuas

Educação|Karla Dunder, do R7

Vestibular exigia habilidades específicas, mas distantes da educação básica
Vestibular exigia habilidades específicas, mas distantes da educação básica Vestibular exigia habilidades específicas, mas distantes da educação básica

Para ingressar em uma universidade no Brasil, os estudantes precisam passar por uma série de provas, os tradicionais vestibulares. O exame, parecido com o que temos hoje, surgiu para resolver um problema: havia mais candidatos que vagas nas instituições de ensino. O jeito foi criar uma prova para selecionar os melhores candidatos. Ao longo dos anos, o exame passou por mudanças, o que deve continuar diante das novidades do novo ensino médio.

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O exame admissional, como era chamado, passou a valer em 1911, durante o governo do presidente Hermes da Fonseca. "Até então, para ingressar em uma faculdade, principalmente nos cursos de medicina e direito, os estudantes tinham de vir de uma escola tradicional, como o colégio Pedro II, no Rio de Janeiro", explica Anderson Bigon, diretor pedagógico do Curso Pré-Vestibular da Oficina do Estudante de Campinas (SP). 

"A ideia era dar acesso às faculdades aos estudantes que vinham de outras escolas e como o número de candidatos era maior que o de vagas, foram criados os exames e os participantes encaravam uma prova escrita e outra oral, que podia durar dias", conta Bigon.

A partir dos anos 60, as provas começaram a exigir dos alunos habilidades específicas para as áreas que pretendiam seguir. "O problema é que essas provas não dialogavam com a educação básica e nos anos 1980 a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) revolucionou ao propor um vestibular próprio", conta Juliana Sangion, coordenadora do livro Vestibular Unicamp - 30 Anos.

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"O professor Rubem Alves defendeu a ideia de que o vestibular tinha de selecionar o perfil dos futuros alunos da Unicamp e, também, impactar a educação", explica Juliana. "Não fazia sentido a escola preparar o aluno somente para as provas, a Unicamp passou a cobrar mais leitura, interpretação de texto e a capacidade de o candidato de fazer conexões."

Com o passar os anos, os vestibulares foram sendo adaptados: houve a introdução de redação, questões dissertativas e o surgimento do Enem (Exame Nacional do Ensino), como temos hoje, a principal porta de entrada para as universidades brasileiras, também foi um marco.

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"As novidades trazidas pelo novo ensino médio, como os itinerários formativos, com certeza vão impactar a elaboração dos vestibulares, que devem se adaptar tanto no conteúdo como no formato", diz Bigon.

"Acredito que para os próximos anos haja uma maior diversificação das formas de ingresso nas universidades; a Unicamp reserva vagas para estudantes da rede pública, cotas para pessoas pretas e pardas, um vestibular indígena e espaço para vagas olímpicas", observa Juliana. "Muito além da questão social e cultural, a diversidade é muito rica para a produção de conhecimento." 

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