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Desempenho ruim dos professores faz crianças perderem um dia de aula por semana na América Latina 

A pesquisa inédita feita pelo Banco Mundial coletou dados em mais de 3.000 escolas 

Educação|Do R7

Salários dos professores da América Latina e Caribe são entre 10% e 50% menores do que a remuneração dada a outros profissionais
Salários dos professores da América Latina e Caribe são entre 10% e 50% menores do que a remuneração dada a outros profissionais Salários dos professores da América Latina e Caribe são entre 10% e 50% menores do que a remuneração dada a outros profissionais

A cada semana, a baixa eficácia dos professores faz com que os alunos das escolas públicas da América Latina e Caribe sejam privados de um dia inteiro de aula.

A informação foi retirada de uma pesquisa inédita do Banco Mundial, que coletou dados em mais de 15 mil salas de aula de 3.000 escolas primárias e secundárias em sete países da região, entre eles o Brasil.

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Os principais problemas que motivam esse tempo perdido são as faltas dos professores, a má preparação antes das aulas, o baixo nível de habilidade e a remuneração pequena dada a esses profissionais, bem como a presença de uma liderança escolar fraca exercida pelos gestores dentro das escolas.

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O relatório foi lançado pelo Banco Mundial na última quinta-feira (24), no Fórum Regional da Educação e Soluções, realizado na Universidade Católica de Lima.

Jorge Familiar, vice-presidente do Banco Mundial na América Latina e Caribe, disse que "é difícil pensar em um elemento mais importante do que a educação de qualidade para ampliar as oportunidades para todos os latino-americanos".

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Ele também enfatizou que os professores são os elementos mais significativos para elevar a qualidade da educação e que, em uma região que necessita melhorar o nível de aprendizagem dos alunos, a pesquisa é um sinal de que muito mais deve ser feito para recrutar, preparar e motivar os docentes.

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De acordo com outra pesquisa global realizada pela instituição, os alunos com os melhores professores avançam 1,5 nível de escolaridade ou mais por ano, enquanto aqueles que aprendem com os piores professores perdem 0,5 anos do currículo no mesmo período.

Essa pesquisa também mostra claramente que os benefícios econômicos e sociais de gastos com a educação dependem do que os alunos aprendem, e não quantos anos eles permanecem na escola.

Principais conclusões

O estudo mostra que os salários dos professores da América Latina e Caribe são entre 10% e 50% menores do que a remuneração dada a outros profissionais com nível de escolaridade equivalente. Apesar disso, eles têm mais educação formal do que esses profissionais e do que os técnicos.

Estudantes que se formam professores são de nível socioeconômico mais baixo do que os formados em outras carreiras. Eles estão mais propensos a serem universitários de primeira geração, ou seja, oriundos de famílias cujos pais não têm diploma universitário.

A força de trabalho nessas regiões está envelhecendo. Assim, a média de idade dos docentes em alguns países é maior do que 40 anos.

Outro dado preocupante é a dificuldade de encontrar professores adequados para as áreas de matemática e ciências de nível secundário, além de professores bilíngues de alta qualidade, principalmente nas zonas rurais.

Barbara Bruns, autora do relatório, destaca que praticamente todos os mestre desses países estão presos em sistemas com baixos padrões de entrada, salários relativamente pequenos, instrução fraca na sala de aula e resultados educacionais pobres.

Avanços

A boa notícia é que a maioria dos países da América Latina e Caribe está focando na qualidade dos professores.

Ao analisar o projeto e a implementação de grandes reformas políticas no Chile, Peru, Equador e México, o relatório narra o papel decisivo dos sindicatos de professores, o valor de encontrar soluções de consenso, bem como a necessidade de obter apoio da sociedade civil que tem sustentado reformas bem sucedidas.

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