Candidato à Presidência pelo PSDB, o senador Aécio Neves (MG) disse nesta quarta-feira (16) que “os programas sociais que vêm dando certo” no governo do PT serão mantidos e aprimorados. Segundo o senador, isso se aplica tanto ao Bolsa Família como ao programa Mais Médicos.
Durante sabatina do jornal Folha de S.Paulo, Aécio disse que não tem “o menor constrangimento” de manter os programas que funcionam e falou até em criar um bônus para que o pai de família que recebe o benefício no caso de ele voltar a estudar. O senador fez críticas, contudo, à forma como o governo trata os programas sociais.
— Politica e administração pública são copiar as coisas que dão certo e aprimorá-las. Os programas sociais que veem dando certo serão mantidos e serão aprimorados. O Bolsa Família, no nosso governo, vai continuar. O que eu quero é tirá-lo da agenda eleitoral.
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O senador mencionou a intenção de transformar o Bolsa Família em “programa de Estado”, por meio de um projeto de lei, mas disse que o governo vem apresentando resistência. Aécio também falou sobre o Mais Médicos, que, segundo ele, é importante, mas que não deve ser tratado como uma “panaceia, a solução para todos os programas de saúde”.
Segundo o candidato tucano, o problema da saúde no Brasil é mais amplo, e envolve, entre outras coisas, o fechamento de 13 mil leitos hospitalares no país nos últimos três anos. Aécio falou ainda em rever o acordo com Cuba, que atualmente atende por 80% do efetivo do programa.
— Temos de rever esse acordo. Para que os cubanos se submetam ao Revalida para que revejam a remuneração. Não somos nós que temos de concordar com o governo cubano, mas o governo cubano que tem de concordar com a gente. Não vamos aceitar as regras que foram impostas por Cuba. E não vamos cometer o equívoco de circunscrever a questão da saúde pública ao Mais Médicos.
Economia
Durante a sabatina, o senador tucano resumiu suas propostas para a economia brasileira na palavra “previsibilidade”. Segundo ele, “o Brasil vive hoje um estado de estagflação, com crescimento pífio e inflação no teto da meta nos últimos 12 meses, sem que o governo acene de forma clara sobre medidas que tomaria no futuro para reverter esse quadro perverso”.
— O Brasil vive uma crise crescente de perda de credibilidade (...) Não acredito que com a nossa vitória haverá piora, mas melhora. Porque economia é expectativa, perspectiva.
Aécio mencionou a “explosão de índices inflacionários” no início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diante das expectativas ruins do mercado em relação à gestão do petista. Segundo ele, os índices só melhoraram depois que Lula prometeu seguir a política econômica de seu antecessor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, à risca.
— Uma vitória do PSDB gerará um efeito diverso. Pela clareza das nossas convicções e pelo histórico daqueles que estão ao nosso lado.