Antes de encerrar a sessão desta quarta-feira (17) com o silêncio do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, a CPMI da Petrobras aprovou requerimento para ouvir Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef. Ela é considerada uma peça-chave para as investigações sobre o suposto esquema de lavagem de dinheiro dentro da Petrobas, descoberto pela PF (Polícia Federal) na Operação Lava-Jato.
Meire prestou depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados em agosto, durante processo de perda de mandato do deputado Andé Vargas (sem partido-PR).
No entanto, não há data para o depoimento dela na CPMI e as expectativas de que alguma oitiva seja realizada antes das eleições são pequenas. O esforço da comissão agora está concentrado em conseguir as informações sigilosas prestada por Paulo Roberto Costa em delação premiada.
Leia mais notícias de Eleições
Para isso, o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), vai se reunir na próxima terça-feira (23) com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, e com o relator da delação premiada na Corte, ministro Teori Zavascki. O objetivo é conseguir ter acesso aos depoimentos de Costa.
Vital do Rêgo está otimista no compartilhamento dos dados, mas afirma que é possível avançar mesmo sem o acesso aos documentos.
— Certamente teremos resultados que possam dar à essa CPI a documentação tão necessária. Mas, é possível o avanço porque os parlamentares estão, com as suas assessorias, estão trabalhando em cima dos dados, de centenas de documentos e milhares de sigilos que foram quebrados e estão à disposição das assessorias parlamentares.
Novos depoimentos
Para as próximas semanas estão marcadas apenas reuniões administrativas da CPMI, mas vários requerimentos de novas convocações foram apresentados. O PPS quer ouvir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o SD quer depoimentos do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e do ex-ministros José Dirceu.
Além disso, o presidente da comissão cogita a possibilidade de convocar o doleiro Alberto Youssef e o relator da CPMI, deputado Marco Maia (PT-RS), não descarta convocar novamente o ex-diretor da Petrobras.
— Eu não descarto que Paulo Roberto Costa, em outro momento, depois que nós tivermos as informações da delação premiada, retorne à esta CPMI para tratar sobre os temas da delação premiada. Neste momento, o acordo que ele firmou pode ter impedido ele de ser mais explícito.
Pelo prazo regimental, a CPMI deveria ser encerrada em dezembro. No entanto, o presidente vai pedir a prorrogação da comissão e estender os trabalhos até janeiro. Marco Maia afirmou que o tempo é suficiente para que ele apresente um “bom relatório”.