O candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) disse, nesta sexta-feira (11), em visita a Natal, que o governo da presidente Dilma Rousseff tornou mais caro fazer investimentos produtivos no Nordeste na comparação com outras regiões do País.
— O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste [FNE] foi criado em 1988 para dar financiamento a empreendimentos produtivos com recurso do Orçamento Geral da União, mais barato para o Nordeste. Agora, no governo Dilma, esses financiamentos ficaram mais caros que com o BNDES para outras regiões do Brasil — disse, em entrevista coletiva.
Questionado sobre as demandas da região, Campos afirmou que os Estados nordestinos precisam de investimento pesado em infraestrutura, com maior agilidade em obras de portos, ferrovias, rodovias e adutoras. Ele citou a duplicação da rodovia que liga Natal a Mossoró e as obras de transposição do São Francisco, que estão atrasadas.
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Campos aposta no fato de ser o único candidato nordestino e de sua vice Marina Silva ser da região Norte para atrair o eleitorado do Nordeste, região onde o PT tradicionalmente consegue muitos votos e que garantiu uma boa margem para a eleição de Dilma em 2010.
Nesta quinta-feira (10), Campos esteve no Maranhão e nesta sexta, no Rio Grande do Norte, repetiu o discurso de sua origem nordestina.
— O Nordeste é o lugar onde nasci, que conheço como a palma da minha mão e como cidadão, não como candidato. Fico incomodado quando vejo outros candidatos tratando o Nordeste como se fosse um curral eleitoral.
Palanque no Rio Grande do Norte
Pouco depois de criticar o sistema de alianças do atual governo, referindo-se ao fato de Dilma ter empossado o novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, para garantir a continuidade do PR em sua base e para assegurar minutos de televisão a mais para sua campanha de reeleição, Campos foi questionado sobre a aliança do PSB com o PMDB no Rio Grande do Norte.
No Estado, o partido de Campos decidiu se aliar com a candidatura do peemedebista Henrique Alves, colocando a ex-governadora Wilma de Faria para compor a chapa, disputando uma vaga ao Senado. A negociação foi um dos acertos de palanques estaduais que não teve o apoio da Rede de Marina Silva.
— Ela [Marina] tem uma posição política tomada que é legítima — disse Campos ao repetir que Rede e PSB têm estruturas partidárias próprias.
O candidato disse ainda considerar as questão dos palanques estaduais como "superada". Sobre o apoio a Alves, alegou que foi a solução encontrada pelo partido para ter palanque no Estado e também para ter minutos de TV.
Campos repetiu a explicação de que o PSB respeita as instâncias partidárias como parte do processo democrático interno, atribuindo assim a decisão da aliança com o PMDB ao PSB potiguar.