Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Mais da metade dos deputados federais eleitos se declara político por profissão

Especialistas avaliam que ocupação parlamentar dificilmente pode ser conciliada com outra

Eleições 2014|Fernando Mellis, do R7

Cerca de 80% dos eleitos para o próximo mandato na Câmara dos Deputados têm nível superior
Cerca de 80% dos eleitos para o próximo mandato na Câmara dos Deputados têm nível superior Cerca de 80% dos eleitos para o próximo mandato na Câmara dos Deputados têm nível superior

Ocupação: deputado. Esse foi o ofício descrito no registro da candidatura de 243 dos 513 parlamentares eleitos para a Câmara dos Deputados em 2014. Além desses, 14 vereadores e três senadores também foram eleitos para a Casa. Isso significa que, a partir de 2015, mais da metade da Casa (50,7%) será composta por parlamentares que já possuem algum cargo político eletivo.

Os números reacendem o debate sobre a profissão de político no Brasil. O cientista político e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Cláudio Couto diz que “é inevitável” que pessoas que ocupem cargos eletivos por longos períodos se considerem deputados por profissão, por exemplo.

— Eu acho até bom que se assumam como políticos profissionais. Ajuda a desestigmatizar um pouco essa ideia de que políticos não devem ser profissionais. Em todos os ramos de atividade a gente percebe que as pessoas que desempenham melhor as suas tarefas são profissionais. Só na política que a gente tem a ideia que deveria ser o contrário. Não faz sentido isso.

Leia mais notícias de Eleições 2014

Publicidade

Reeleito para mais um mandato na Câmara, Tiririca (PR-SP)está entre os que se declararam deputado por ocupação no registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em 2010, quando foi eleito pela primeira vez, ele disse ser “ator e diretor de espetáculos públicos”. Marco Feliciano (PSC-SP) também trocou a ocupação no registro deste ano, em relação à última eleição: passou de “empresário e pastor evangélico” para deputado.

Para o cientista político David Fleischer, a principal fonte de renda do parlamentar deve ser levada em conta para considerar a profissão dele.

Publicidade

— O prefeito e o vereador é mais fácil [conciliar cargo público e outra profissão]. Quando ele vai para a Assembleia Legislativa, às vezes é muito longe da terra dele. Ou quando ele chega a Brasília, é mais longe ainda. Fica muito difícil você voltar e exercer a sua profissão. Alguns que são empresários conseguem manter a profissão porque são sócios, advogados. Tem certas profissões que é mais fácil você continuar exercendo.

Entre os eleitos para a Câmara, 16,6% declararam ser advogado ou empresário. Cerca de 80% têm curso superior, segundo dados do TSE.

Publicidade

Porém, também há casos como o de André Moura (PSC-SE). Desde 1997 na vida pública, ele já foi prefeito, deputado estadual e federal. Sem formação superior, a profissão dele no site da Câmara é “político” e no TSE, deputado. Arnaldo Jordy (PPS-PA) também tem ensino superior incompleto, segundo consta no cadastro da Casa, e, assim como o colega de Parlamento, declarou-se “político”. Os dois foram reeleitos.

A renovação da Câmara foi de 43,5% nessas eleições, sendo que 198 deputados assumirão pela primeira vez o cargo. Outros 25 não participaram da legislatura atual, mas em algum momento já tiveram mandato e foram eleitos em 2014.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.