Alice Portugal (PCdoB) participou, nesta segunda-feira (19), da série e entrevistas da Record Bahia com os prefeituráveis de Salvador. A candidata foi a sexta a ser entrevistada no programa Balanço Geral. Durante os dez minutos em que os candidatos tem direito Alice falou sobre saúde, educação, desemprego, mercado informal, entre outros.
A candidata afirmou que se sente preparada para ser prefeita de Salvador após seis mandatos como deputada estadual e federal. De acordo com Alice, a capital baiana é uma cidade bonita e complexa, que necessita de um governo que integre tida a cidade, mas que cuide de quem mais precisa. De acordo com a candidata da coligação “Sim para Salvador!”, a atual gestão fez apenas uma maquiagem nos principais cartões postais.
Saúde
Alice Portugal afirmou que a saúde no município vai muito mal. Ela disse que ACM Neto se negou a aceitar ajuda da ex-presidente Dilma e do governados Rui Costa para melhorar a saúde de Salvador.
— A presidenta Dilma ofereceu a possibilidade de uma contratação três vezes maior de agentes comunitários de saúde e ele (ACM Neto) disse não. O governador do Estado ofereceu ao prefeito cinco policlínicas e, infelizmente, o prefeito disse não. Porque é ruim de serviço, é bom de fazer pracinha, obras nos pontos turísticos da cidade, para que seus empreiteiros coligados possam ter lucro, mas, infelizmente, os serviços não chegam para as pessoas. E é por isso que nós vamos, efetivamente, garantir que essa cidade tenha outro tipo de tratamento em relação a saúde. Vou construir a primeira maternidade municipal, para que as mulheres não tenham parto feito por taxista ou com PM (Polícia Militar). Nós vamos garantir que o hospital, que ele disse que ia construir e agora, na véspera da eleição, mostra no programa eleitoral a terraplanagem, lá em Cajazeiras. Vou aceitar as policlínicas que o governador ofereceu.
Emprego
Outro tema discutido pela candidata foi a questão do desempregos, que atinge um número grande de soteropolitanos. Alice afirmou que Salvador não tem economia e é uma cidade repartida. para ela, é preciso integrar a capital em uma rede de economia solidaria.
— Salvador é a capital do desemprego, ganhou de novo essa medalha. Na verdade, Salvador é uma cidade repartida, nós precisamos integrá-la. A minha intenção é cooperativar e associativar. Vou fazer um calendário de serviço de Salvador para que alguém lá na Tancredo Neves possa contratar um encanador lá do subúrbio ferroviária. Vamos, portanto, constituir esse tipo de catálogo e fazer a intermediação de mão de obra em Salvador. Vou também trazer empresas e indústrias limpas como Recife fez.
Isenção Fiscal
Para solucionar o problema do desemprego em Salvador, a candidata afirma que é preciso trazer empresas para a capital e, para isso, a isenção fiscal é fundamental, mas com responsabilidade.
— A minha ideia é, imediatamente, fazer a diminuição do ISS ( Imposto Sobre Serviços) nos bairros populares, onde a economia precisa ser revitalizada. A violência, a gente combate de várias maneiras, combate com polícia, que o governador tem tomado suas atitudes, mas combate com iluminação em grande quantidade nas ruas vicinais , combate com comércio, com vida. O Estado chegando com serviços, com comércio, com saúde, com educação mais presente naquele bairro. Então, nós vamos desonerar e vamos isentar na medida da importância do empreendimento.
Mercado informal
A candidata falou, também, sobre o mercado informal, que é a solução para muitas pessoas que estão desempregadas. De acordo com Alice, é necessários organizar, cadastrar e credenciar os ambulantes para dar oportunidade para esses pais e mães.
— Infelizmente, a prefeitura, o prefeito manda jogar gás de efeito moral, manda o "rapa" pegar a mercadoria do ambulante. Como diz o povo na gíria, chutar o pau da barraca. É lamentável, pais e mães de família ter a sua mercadoria apreendida quando na verdade poderíamos organizar locais adequados, que a população veja. Porque também não adianta nada, tirou o ambulante e colocou lá no mercadão de Cajazeiras, vazio, pagando taxas. Lá na Feira de Paripe, por exemplo, vazio. É fundamental saber que Salvador é a capital do desemprego por essas iniciativas também. Salvador incentivou essa crise com IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial Urbana) alto e esse tratamento desumano com os ambulantes, que tira a renda, tira o pão das mesas das famílias.
IPTU
Alice falou também sobre o IPTU e a necessidade de revisar a "distorção" na forma de cálculo.
— Não é possível o Calabar pagar o IPTU da Barra, São Cristóvão pagar o IPTU de Ondina, então, há uma distorção na forma de cálculo, que foi considerada, por muitos especialistas, inconstitucional.
Multas
A candidata falou também sobre o grande número de muitas aplicadas na capital baiana e afirmou que é preciso acabar a "indústria da multa" em salvador.
— Vou acabar a indústria da multa. Salvador é a cidade que mais se cobra multa, de maneira profissional. Vou garantir que na hora em que se muda a velocidade em uma via, você possa avisar a comunidade, advertir, para depois multar. Vamos ter ordem, mas é necessário não se fazer da multa uma indústria, até porque não se sabe onde foi aplicado R$ 165 milhões que foram arrecadados nesses três anos e meio.
Lixo
Outra critica de Alice Portugal é em relação ao lixo. Para a candidata, o gasto com lixo é enorme e a cidade não é 100% limpa. Ela afirmou que o município gasta R$ 1 milhão por dia, R$ 30 milhões por mês com o lixo e que a licitação é de mais de R$ 7 bi no curso dos 20 anos.
— Então, é preciso rever essa licitação e é preciso perguntar ao prefeito por que as avenidas principais são limpas e as ruas onde o povo mora, especialmente nos bairros mais populares, da cidade, montanha de lixo se acumulam. Eu não entendo um lixo tão caro, vale ouro e, na verdade, o serviço não chega aos bairros populares.