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Voto de Dilma em Porto Alegre é marcado por tumulto

Ex-presidente da República disse que é “absurdo impedir imprensa de acompanhar votação”

Eleições 2016|

Votação de Dilma foi marcada por tumulto em Porto Alegre
Votação de Dilma foi marcada por tumulto em Porto Alegre Votação de Dilma foi marcada por tumulto em Porto Alegre

A votação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) na capital gaúcha foi marcada por um intenso tumulto na tarde deste domingo (2). Antes de ela chegar, os jornalistas que estavam na Escola Santos Dumont à espera da petista foram informados de que não poderiam acompanhá-la.

Representantes do TRE-RS (Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul) responsáveis pelo local de votação afirmaram que o juiz Niwton Carpes da Silva, da 160º zona eleitoral, havia proibido que a imprensa acompanhasse a ex-presidente. O motivo alegado é que, "por ser uma cidadã comum", ela teria que entrar sozinha na sala de votação, sem a presença nem de fotógrafos, nem de repórteres.

Na ocasião, o escrivão Luiz Carlos Braga disse que tinha recebido uma "ordem verbal" do juiz, que ainda não estava presente. A orientação era para impedir a entrada de quem quisesse acompanhar Dilma. O juiz também determinou que fosse contida qualquer mobilização de simpatizantes do PT na frente da escola, já que em local de votação só são permitidas manifestações "individuais e silenciosas". Depois, quando chegou ao local, o juiz repetiu os argumentos à imprensa.

Dilma chegou na companhia do ex-ministro Miguel Rossetto (PT) e do candidato do Partido dos Trabalhadores à prefeitura de Porto Alegre, Raul Pont. Foi recebida com festa por dezenas de apoiadores que estavam na frente da escola. Os jornalistas passaram pelo primeiro portão de acesso, mas foram barrados numa segunda porta de vidro que dá entrada à escola.

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Na confusão, os próprios aliados de Dilma, como Rossetto e o deputado federal Henrique Fontana (PT), também foram impedidos de acessar o local de votação. Isso resultou em confronto com a Brigada Militar. Tanto os jornalistas como os políticos argumentaram com os policiais, que mantiveram a ordem do juiz e não permitiram a passagem.

O único que conseguiu passar, porque é candidato, foi Pont. Somente ele presenciou o voto de Dilma. No tumulto, a porta de vidro que separava a multidão das salas onde a ex-presidente e outros eleitores votavam foi quebrada.

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“Absurdo”

A ex-presidente classificou como "absurda" e "antidemocrática" a decisão do TRE-RS de impedir que a imprensa registrasse o momento de sua votação.

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— Acho antidemocrático. Acho um absurdo impedir a imprensa de chegar aqui.

A declaração foi feita por Dilma na saída da sala de votação, ainda dentro da escola. No momento em que ela falava com alguns jornalistas que conseguiram acessar o saguão, houve um confronto entre a Brigada Militar e os repórteres que ainda tentavam acesso.

Na confusão e no empurra-empurra, uma porta de vidro foi quebrada e algumas pessoas ficaram feridas, entre elas Silvana Conti (PCdoB), a candidata a vice de Raul Pont. Dilma foi orientada a aguardar por alguns segundos antes de deixar o lugar para que não se machucasse.

Depois, ela saiu por uma porta lateral do prédio, onde um carro a aguardava.

— Sempre votei. Nunca houve isso. Nunca a Brigada Militar foi chamada, nunca fecharam as portas. É lamentável.

Questionada sobre o argumento usado pelo juiz do TRE — que disse que por ser uma cidadã comum ela não poderia ter tratamento especial, nem ninguém acompanhando seu voto — Dilma disse que tinha orgulho de ser uma cidadã comum.

— Há que se ter orgulho de ser cidadã nesse País.

Lideranças do PT que presenciaram a confusão, como o ex-ministro Miguel Rossetto e o deputado federal Henrique Fontana, disseram que o partido vai apresentar uma representação junto ao TRE-RS alegando tentativa de censura à ex-presidente.

Ao falar com a imprensa após a saída de Dilma, o juiz foi questionado por que outros ex-presidentes, como Fernando Henrique Cardoso (PSDB), por exemplo, costumavam ter seu voto acompanhado por jornalistas.

— Um erro não gera precedente.

Niwton Carpes da Silva, acrescentou.

— A imprensa começou a pressionar, queria entrar de qualquer jeito, e este foi o grande dilema. O movimento de fora para dentro foi enorme.

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