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Cegado pela polícia, Gustavo virou símbolo de protestos no Chile

Manifestantes e família esperam que a foto que flagrou Gustavo Gatica com os dois olhos sangrando aumente pressão internacional sobre Piñera

Internacional|

Gustavo Gatica ficou cego por disparos feitos pela polícia do Chile
Gustavo Gatica ficou cego por disparos feitos pela polícia do Chile Gustavo Gatica ficou cego por disparos feitos pela polícia do Chile

Manifestantes contrários ao governo do presidente do Chile, Sebastián Piñera, e família do jovem Gustavo Gatica, que ficou cego dos dois olhos por disparos de bala de borracha feitos pela polícia, esperam que uma foto que registrou os ferimentos aumente a pressão internacional sobre o governante.

O nome de Gustavo Gatica é bradado diante da polícia, exibido em cartazes e pichado em muros de toda a cidade de Santiago.

Gatica, de 22 anos, tirava fotos de um protesto no dia 8 de novembro quando foi atingido.

Seu caso se tornou um símbolo da fúria contra a polícia chilena, acusada de cometer abusos de direitos humanos generalizados durante as mais de seis semanas de manifestações contra a desigualdade social, que já deixaram ao menos 26 mortos e 13 mil feridos, de acordo com procuradores e organizações de direitos humanos.

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241 chilenos atingidos nos olhos por balas de borracha

Ele é um de dois casos conhecidos de pessoas que ficaram completamente cegas, mas ao menos 241 chilenos sofreram lesões oculares durante os protestos, segundo o Instituto de Direitos Humanos do Chile.

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Piñera vem tentando apaziguar os manifestantes com um pacote de gastos e a votação de uma nova Constituição, mas as marchas continuam e tiveram um pico no último final de semana, quando médicos confirmaram em um comunicado que não conseguiram salvar os olhos de Gatica.

Na semana passada, o ministro do Interior, Gonzalo Blumel, disse que o caso de Gatica é "profundamente doloroso" e deixou claro que os protocolos policiais sobre o uso de força precisam ser revisados. Piñera não estava disponível de imediato para comentar.

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'Justiça para Gustavo': nome do estudante cegado pela repressão está nas ruas do Chile
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Polícia diz que revê procedimentos

A polícia suspendeu o uso de balas de borracha, exceto em casos de ameaça à vida.

Mario Rozas, o chefe da polícia chilena, disse em uma entrevista concedida à CNN três dias após Gatica ser cegado, que identificou os agentes que dispararam balas de borracha e que a força está cooperando com os procuradores. "Lamento profundamente o que Gustavo sofreu", afirmou.

A polícia não quis comentar mais, já que o caso está sendo investigado, mas disse que está estudando reformas "profundas" para garantir "uma proteção melhor dos direitos humanos".

'Se o medo triunfar, será doloroso', diz irmão

Gustavo e seus pais não quiseram ser entrevistados pela Reuters.

Falando em nome dos familiares, o irmão de Gustavo, Enrique Gatica, disse à agência de notícias na casa da família, localizada em Colina, a 30 quilômetros de Santiago, que seu irmão ainda está acompanhando os protestos e incentivando-os.

"Se o medo e a repressão triunfarem, se voltarmos a todas as indignidades em que estamos vivendo como sociedade, seria extremamente doloroso", disse Enrique.

EM FOTOS: Repressão a protestos no Chile dispara violações de direitos

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