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Choque entre aves e aviões pode ser 5 vezes mais comum do que se sabe

Estimativas de especialistas consideram que há sub-notificação dos incidentes; mesmo assim, atropelamentos de animais por aeronaves cresce

Internacional|Cristina Charão, do R7

Avião da Ural Airlines bateu em gaivotas e fez pouso forçado em Moscou
Avião da Ural Airlines bateu em gaivotas e fez pouso forçado em Moscou Avião da Ural Airlines bateu em gaivotas e fez pouso forçado em Moscou

O número de incidentes envolvendo pássaros e aviões — como o que aconteceu na manhã desta quinta-feira (15) na Rússia e acabou em um pouso forçado da aeronave em um milharal com 23 feridos — é cinco vezes maior do que se tem registro, afirmam especialistas citados pela AOPA (Associação de Pilotos e Donos de Aeronaves, na sigla em inglês). Por esta estimativa, nos últimos 20 anos, mais de 500 mil aeronaves se envolveram neste tipo de "atropelamento".

Os registros oficiais indicam que, entre 1996 e 2016, houve 112.815 choques entre aeronaves e animais, sendo a imensa maioria de aves. Outros animais que costumam estar implicados nestes incidentes são cervos, veados e ursos.

Apesar desta sub-notificação dos incidentes, a ICAO (Organização Internacional da Aviação Civil, na sigla em inglês) tem registrado um aumento no número de choques com animais silvestres.

Entre 2001 e 2007, a organização contabilizou 42.508 incidentes deste tipo. Já nos setes anos seguintes, entre 2008 e 2015, foram 97.751.

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No Brasil, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão da FAB (Força Aérea Brasileira), registrou 2.222 ocorrências entre os meses de abril de 2018 e abril de 2019.

Incidentes graves

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Apesar da frequência, a imensa maioria dos choques não resulta em grandes acidentes, embora sejam considerados incidentes graves. Aeronaves de pequeno porte correm mais risco, pois são menos preparados para lidar com estes choques. Nestes casos, os acidentes têm mais chance de serem fatais.

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Segundo a ICAO, em 49% dos casos registrados entre 2008 e 2015 foi necessário fazer um pouso por precaução. Em outros 21% dos casos, foi necessário abortar a decolagem.

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Em 2009, pouso no Rio Hudson foi resultado de choque com aves
Em 2009, pouso no Rio Hudson foi resultado de choque com aves Em 2009, pouso no Rio Hudson foi resultado de choque com aves

Em só 3% dos casos, a colisão com aves faz um avião ter de desligar um ou mais motores, como foi o caso da aeronave da Ural Airlines, que acabou fazendo um pouso forçado em um milharal na Rússia nesta quinta. O avião perdeu os dois motores ao atropelar um bando de gaivotas quando decolava do Aeroporto de Zhukovsky, em Moscou.

Outro caso famoso de choque com aves foi o do acidente com um avião da US Airways que resultou em um pouso cinematográfico no Rio Hudson, em Nova York, em 2009. Seis minutos após decolar, a aeronave se chocou com um bando de gansos e também perdeu os dois motores.

Assim como em Moscou, não houve vítimas.

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