Por Isabel Coles
ZUMAR, Iraque (Reuters) - Combatentes curdos conhecidos como peshmergas abriram caminho lutando até a montanha Sinjar, no Iraque, e libertaram centenas de pessoas aprisionadas no local por militantes do Estado Islâmico, disse um líder curdo nesta quinta-feira.
"Os peshmergas conseguiram chegar à montanha. Uma vasta área foi liberada", afirmou Masrour Barzani, chefe do conselho de segurança nacional da região curdo-iraquiana, acrescentando que 100 membros do grupo radical foram mortos.
"Agora, um corredor está aberto, e com sorte o resto da região (de Sinjar) será libertada do Estado Islâmico."
A ofensiva, apoiada por ataques aéreos dos Estados Unidos, pôs fim a uma provação de meses a centenas de pessoas da minoria religiosa yazidi do Iraque, que estavam sitiadas na montanha desde que o Estado Islâmico arremeteu contra Sinjar e outras partes do norte iraquiano controladas pelos curdos em agosto.
"Todos aqueles yazidis que estavam aprisionados na montanha agora estão livres", afirmou Barzani, acrescentando que os peshmergas ainda não começaram a retirá-los.
Os soldados curdos iniciaram na quarta-feira sua ofensiva para romper o cerco dos jihadistas na montanha e na cidade de Sinjar.
Os peshmergas partiram de Zumar, ao leste de Sinjar, recuperando 700 quilômetros quadrados ao longo de dois dias. Caças dos EUA realizaram 45 ataques em apoio aos combatentes curdos na quarta-feira, além de duas incursões perto de Sinjar.
O impacto dos ataques aéreos ficou evidente nesta quinta-feira. Em um vilarejo chamado Pequeno Koban, os corpos de cinco militantes jaziam dentro de um vale.
Os peshmergas disseram que os militantes do Estado Islâmico vinham tentando se proteger dos ataques aéreos.
"Matar o inimigo é a melhor sensação que existe", declarou um peshmerga que tirou uma foto de si mesmo com um cadáver ao fundo com seu celular. "Olhe a barba dele, o filho da puta."
As palavras "Propriedade do Estado Islâmico" tinham sido pichadas em casas de um vilarejo próximo.
Os curdos ainda têm que reconquistar a cidade de Sinjar propriamente dita, mas a libertação dos yazidis da montanha é uma vitória para eles depois da derrota que os peshmergas sofreram dos jihadistas em meados deste ano.