Cyril Ramaphosa foi eleito o novo presidente da África do Sul pela Assembleia Nacional sul-africana nesta quinta-feira (15). Ele assume o lugar de Jacob Zuma, que renunciou ao cargo na noite de quarta-feira, sob forte pressão popular e política devido a uma sucessão de escândalos de corrupção envolvendo seu nome.
Ramaphosa era o vice-presidente de Zuma e assumiu a direção do CNA (Congresso Nacional Africano) em dezembro. Desde então, a cúpula do partido governista pressionava Zuma para que renunciasse ao cargo.
O agora eleito presidente da África do Sul foi apresentado como único candidato. A oposição preferiu não indicar nenhum nome e pedir a dissolução do Parlamento, com a convocação de novas eleições gerais. Os parlamentares do partido socialista Lutadores da Liberdade Econômica deixaram o plenário antes da aclamação de Ramaphosa como presidente.
Ramaphosa discursa como novo presidente da África do Sul
Logo após ser eleito, Ramaphosa fez um breve discurso no Parlamento, embora sua posse oficial deva ocorrer amanhã. Descontraído e fazendo os parlamentares rirem por diversas vezes, ele agradeceu as palavras das várias lideranças que discursaram antes dele.
“Vocês estão oferecendo seus conselhos, alguns fazendo ameaças, mas todos estão falando em unidade. Vamos trabalhar juntos para o bem do nosso povo”, disse Ramaphosa.
O principal nome da oposição, Mmusi Maimane, da Aliança Democrática, saudou Ramaphosa como seu opositor nas eleições do ano que vem. Em seu discurso, Ramaphosa pediu que "2019 seja posto de lado".
A corrupção e o papel das empresas públicas no desenvolvimento do país, dois dos temas que estavam no centro dos escândalos envolvendo Jacob Zuma, foram citados rapidamente por Ramaphosa. "São temas que estão no nosso radar", disse.
CNA elege sexto presidente da África do Sul
A África do Sul é uma república parlamentarista, porém não existe a figura do primeiro-ministro. Os presidentes acumulam as funções de chefe de Estado e de governo, e assumem mandatos de cinco anos. Desde o fim do Apartheid, o CNA domina amplamente o Parlamento e elegeu todos os presidente sul-africanos.
Zuma havia sido reeleito em 2014 e deveria permanecer no cargo até o final de 2019. Agora, Ramaphosa assume para cumprir o restante do mandato.
Ramaphosa é uma figura conhecida da política sul-africana. Chegou a ser apontado como o sucessor natural de Nelson Mandela, em 1999, mas teve seu nome preterido pelo do então vice-presidente Thabo Mbeki.