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Egito leva Mursi a julgamento quatro meses após golpe militar que o tirou do poder

Será a primeira vez que Mursi aparecerá em público desde que foi derrubado, em julho

Internacional|Do R7

Partidários do presidente deposto Mohamed Mursi protestam em frente ao palácio presidencial, fortemente protegido pelo Exército
Partidários do presidente deposto Mohamed Mursi protestam em frente ao palácio presidencial, fortemente protegido pelo Exército Partidários do presidente deposto Mohamed Mursi protestam em frente ao palácio presidencial, fortemente protegido pelo Exército

O Egito levará o ex-presidente Mohamed Mursi a julgamento na próxima segunda-feira (4), quatro meses depois de sua queda, por um golpe militar, o que levou o país a viver uma série de manifestações violentas com centenas de mortos.

Esta será a primeira vez que Mursi aparecerá em público desde que foi derrubado, em julho.

Seus partidários — que estão na prisão ou foram dizimados pela implacável repressão das autoridades instaladas no poder, em 3 de julho, pelo Exército egípcio — prometeram se fazer ouvir quando o primeiro chefe de Estado democraticamente eleito no Egito aparecer no tribunal.

Ante a convocação para a mobilização, um oficial da polícia garantiu que foi colocado em andamento um plano para garantir a segurança do tribunal e o transporte de Mursi até a sala de audiência, onde ele responderá, junto a outros 14 acusados, por "incitação ao assassinato" de manifestantes ante o palácio presidencial em 5 de dezembro de 2012.

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Este julgamento ameaça agravar as divisões em um país onde milhares de partidários de Mursi morreram na repressão e onde mais de 2.000 islamitas foram presos, entre eles quase toda a direção da Irmandade Muçulmana, o grupo político-religioso à qual Mursi pertence.

O julgamento de Mursi acontecerá na academia de polícia próxima à prisão de Tora, no Cairo, local onde estão detidos os principais dirigentes da Irmandade.

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Mursi se encontra detido em um local secreto desde que, em 8 de julho, os confrontos entre partidários e soldados deixaram 50 mortos diante do local onde se encontrava preso inicialmente, desencadeando uma escalada da violência nas semanas posteriores.

A polícia prevê mobilizar 20 mil homens em todo o Cairo, segundo os serviços de segurança.

Ao contrário de seu antecessor, Hosni Mubarak, Mursi já advertiu que não cooperará com a Justiça, pois não reconhece sua autoridade.

A Justiça egípcia, que se opôs a Mursi em várias ocasiões durante sua Presidência, parece determinada a seguir adiante com o julgamento e ignorar todo tipo de pressão política.

Relembre o caso

Mursi e os outros acusados enfrentam a pena de morte ou a prisão perpétua por fatos que marcaram mudanças ao longo de sua Presidência.

Depois de seis meses no poder, Mursi estabeleceu por decreto ficar acima de todo controle judicial, o que motivou manifestações contra ele.

Após seis meses de massivos protestos, a oposição conseguiu derrubar Mursi com a ajuda dos militares. O Exército rejeita a alegação de que depôs Mursi em um golpe e diz que estava respondendo à vontade do povo depois de protestos em massa contra seu governo.

Partidários do presidente passaram a realizar comícios quase diários exigindo sua volta ao poder. A sede da Guarda Presidencial, no Cairo, foi um dos principais locais de manifestação, onde 51 pessoas morreram em 8 de julho. O Partido Liberdade e Justiça, de Mursi, pediu então 'uma revolta' contra 'aqueles que tentam roubar sua revolução com tanques'.

No dia 27 de julho, mais de 70 pessoas foram mortas em confrontos com as forças de segurança no acampamento ao redor da mesquita Rabaa al-Adawiya. As forças de segurança foram acusadas de usar força letal desnecessária.

Desde então, o Exército passou a reprimir duramente a Irmandade, esmagando dois acampamentos de protesto pró-Mursi em 14 de agosto, matando centenas de pessoas e prendendo outras milhares.

No final de setembro, a Justiça local proibiu as atividades da Irmandade Muçulmana e congelou seus bens, o que agravou a perseguição aos membros da confraria.

Em outubro, Washington anunciou a suspensão do envio de tanques, caças, helicópteros e mísseis, além de reter uma ajuda financeira de 260 milhões de dólares, à espera de que haja melhoras na democracia e nos direitos humanos no Egito.

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