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Empresário desapropriado vê Cuba como futuro "dragão" econômico do Caribe

Internacional|

Santiago, 19 dez (EFE).- O empresário e ex-guerrilheiro chileno Max Marambio, que alguns dizem ter amealhado uma fortuna em Cuba, acredita que com o acordo de normalização das relações entre Estados Unidos e a ilha marchará inevitavelmente rumo ao livre mercado e a transformará no "dragão" do Caribe. Segundo Marambio, ex-chefe da escolta de Salvador Allende e afilhado de Fidel Castro, acusado há alguns anos de crimes financeiros em Cuba e que teve suas empresas desapropriadas, o caminho de Cuba rumo ao livre mercado "é como o curso de um rio que corre inevitavelmente". Os olhos dos investidores "devem estar focados na mão-de-obra profissional e técnica de Cuba, que é de muito alto nível", ressaltou Marambio em entrevista publicada hoje no jornal financeiro chileno "Pulso". O chileno, que foi condenado à revelia a 25 anos de prisão em Cuba, mas ganhou do governo da ilha uma milionária indenização em um tribunal internacional, acredita que, embora inevitável, o caminho cubano rumo ao capitalismo não será curto. "Não será de maneira instantânea, um anúncio não quer dizer que a realidade mudará antes que isso se concretize. Assim que as regras do jogo estiverem claras, deve-se olhar para as oportunidades que vão se abrir, e provavelmente vai haver muitas", disse. "O que Cuba tem para que no futuro possa se explorar esse mercado? Cuba pode ser muito boa mão de obra, não de classe operária, mas de profissionais e técnicos de muito alto nível em diferentes terrenos", elogiou. Para ele, há mercados no Caribe que poderiam usar Cuba como concentrador, porque tem portos de grande calado, portos de combustível e uma refinaria que produz gasolina. "Uma indústria de transformação em Cuba, como passagem ao mercado americano, talvez seria atraente para o Chile, complementando determinados produtos para terminá-los em Cuba, quem sabe", considerou. Para Marambio, autor do livro de memórias "As armas de ontem", que teve prólogo escrito por Gabriel García Márquez, o acordo entre Cuba e Estados Unidos "não tem comparação", mas está convencido que o governo de Raúl Castro deverá modificar sua legislação porque atualmente "é muito complicado" fazer negócios lá. "Mudaram a lei de investimento estrangeiro há alguns meses e remeteram os conflitos que o investimento estrangeiro pode apresentar a tribunais revolucionários dentro de Cuba. Como vão explicar ao investidor que não existe alternativa fora dos tribunais cubanos?, questionou. "Quando são estabelecidas relações diplomáticas com outro país como os Estados Unidos, e suponho que sabem bem disso, são impostos direitos e obrigações. As obrigações são que o país recupere seu Estado de Direito e honre seu compromisso, e não transforme isso em uma espécie de trégua para ter investidores", considerou. Ele também insistiu que Cuba seguirá rumo ao sistema de mercado, embora não acredite que "o governo vá reconhecer que conhece esse risco". "Quando se abre uma porta como essa, é como quando dizem 'os animais estão meio grávidos', e não é assim que funciona. Estão ou não estão. É uma questão de termo absoluto", concluiu. EFE ns/cd/id

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