Uma equipe do órgão de vigilância nuclear da ONU se dirigiu nesta segunda-feira (29) à usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, disse o chefe da agência, enquanto a Rússia e a Ucrânia trocam acusações sobre bombardeios nas proximidades, alimentando temores de um desastre nuclear.
Capturada por tropas russas em março, mas administrada por funcionários ucranianos, Zaporizhzhiatem sido um ponto crítico em um conflito que se transformou em uma guerra de atrito travada principalmente no leste e no sul da Ucrânia, seis meses depois de a Rússia ter lançado sua invasão.
"Precisamos proteger a segurança da maior instalação nuclear da Ucrânia e da Europa", disse Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em um post no Twitter.
Uma equipe de inspetores da AIEA liderada por ele chegará nesta semana à usina, no rio Dnipro, perto da linha de frente no sul da Ucrânia, afirmou Grossi, sem especificar o dia da chegada.
A AIEA tuitou separadamente que a missão avaliará os danos físicos, as condições em que os funcionários estão trabalhando no local e "determinará a funcionalidade dos sistemas de segurança e proteção". Também "realizará atividades urgentes de salvaguardas", uma referência ao rastreamento de material nuclear.
O Kremlin disse nesta segunda-feira que a missão da AIEA é "necessária" e pediu à comunidade internacional que pressione a Ucrânia a reduzir as tensões militares na usina.
ONU, Estados Unidos e Ucrânia pediram a retirada de equipamentos militares e pessoal do complexo nuclear, para garantir que ele não seja um alvo. Mas o Kremlin novamente descartou a retirada de suas forças do local.
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Com os temores de um acidente nuclear em um país ainda assombrado pelo desastre de Chernobyl, em 1986, as autoridades de Zaporizhzhia estão distribuindo comprimidos de iodo e ensinando os moradores a usá-los em caso de vazamento de radiação.
As forças russas dispararam contra Enerhodar, cidade perto de Dnipro, onde a usina está localizada, disse o chefe de gabinete do presidente ucraniano Volodmir Zelenski, na noite de domingo (28), em seu canal no Telegram, ao lado de um vídeo dos bombeiros.