O governo dos Estados Unidos incluiu 28 órgãos e empresas da China, que supostamente cometeram abusos contra os uigures e outras minorias muçulmanas, em uma lista de entidades proibidas de fazer negócios com americanos.
As entidades sancionadas "estiveram todas envolvidas na implementação da campanha de repressão, detenção arbitrária em massa e vigilância com alta tecnologia da China" contra os uigures, segundo um comunicado do Departamento de Comércio dos EUA.
Entre os sancionados estão o Escritório de Segurança Pública da Região Autônoma Uigur de Xinjiang, além de outros 19 órgãos estatais que dependem desse. Também há oito empresas na lista, entre elas Hikvision, Dahua Technology e Megvii Technology, dedicadas à tecnologia de reconhecimento facial.
A inclusão na lista impede as entidades sancionadas de adquirir produtos de empresas americanas sem a permissão expressa do governo federal.
"Esta medida garantirá que as nossas tecnologias, fomentadas em um entorno de liberdade individual e livre mercado, não sejam utilizadas para reprimir as populações minoritárias indefesas", disse o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross.
O governo dos EUA "não pode tolerar e não tolerará a brutal repressão contra as minorias étnicas na China", acrescentou.
Segundo relatórios de organizações internacionais de direitos humanos, o governo chinês confinou em campos de "reeducação" até dois milhões de pessoas em Xinjiang, onde se encontram assentadas as minorias chinesas de confissão muçulmana, das quais os uigures são a mais numerosa.