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EUA: Secretário de Estado defende saída do Afeganistão no Congresso

Antony Blinken ressaltou esforço para retirar americanos do país com segurança; republicanos classificaram ação como "desastre"

Internacional|Do R7

Antony Blinken compareceu virtualmente a interrogatório no Congresso
Antony Blinken compareceu virtualmente a interrogatório no Congresso Antony Blinken compareceu virtualmente a interrogatório no Congresso

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, garantiu nesta segunda-feira (13) que o governo de Joe Biden estava preparado para os piores cenários no Afeganistão, enquanto legisladores irritados acusavam a Casa Branca de liderar um desastre histórico.

Blinken, conhecido por seu temperamento brando, enfrenta um interrogatório duro por dois dias, que, em primeira instância, aconteceu ante o Comitê de Relações Internacionais da Câmara dos Representantes.

Os rivais do governo de Joe Biden aproveitaram a oportunidade para questioná-lo sobre a rápida tomada do governo pelos talibãs quando os Estados Unidos encerraram sua intervenção militar de 20 anos.

Blinken disse ao comitê que o governo Biden estava "fortemente focado" na segurança dos americanos e havia "avaliado constantemente" o poder de permanência do governo afegão apoiado pelo Ocidente, "considerando múltiplos cenários".

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"Mesmo os cenários mais pessimistas não previam que as forças do governo em Cabul entrariam em colapso enquanto as forças dos EUA permanecessem [no país] [...]. No entanto, planejamos e colocamos em prática uma ampla gama de contingências."

“A própria evacuação foi um esforço extraordinário, nas condições mais difíceis imagináveis, por parte dos nossos diplomatas, militares e profissionais da inteligência”, elogiou o Secretário de Estado.

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Blinken garantiu que o planejamento possibilitou o fechamento da embaixada em 48 horas, a segurança do aeroporto e o início das evacuações em 72 horas. Os Estados Unidos e seus aliados retiraram 124 mil pessoas do Afeganistão, em uma das maiores pontes aéreas da história.

A Casa Branca afirma que apenas cerca de 100 cidadãos americanos permanecem no Afeganistão, que todos foram repetidamente contatados por diplomatas e que alguns saíram após a retirada, em linha com as promessas do Talibã.

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Deputados do Partido Republicano descreveram a operação como caótica e acusaram o presidente de abandonar os americanos à própria sorte no Afeganistão.

"Foi um desastre absoluto e de proporções épicas", declarou o deputado Mike McCaul, líder republicano no comitê. "Nunca pensei que veria na minha vida uma rendição incondicional diante dos talibãs", completou.

O ex-presidente republicano Donald Trump fechou o acordo de retirada com os talibãs em fevereiro de 2020 e o predecessor de Blinken no cargo, Mike Pompeo, se reuniu com os talibãs para finalizar o pacto, que estabelecia condições para a retirada das forças americanas.

"Herdamos um prazo, não herdamos um plano", afirmou Blinken.

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McCaul, porém, acusou o governo Biden de ignorar as opiniões dos generais e os relatórios de inteligência, assim como de ter "traído" os aliados afegãos. Também afirmou que o governo dos talibãs inclui figuras procuradas pelos Estados Unidos, entre elas o novo ministro do Interior, Sirajuddin Haqqani, acusado por Washington de terrorismo.

"Estamos agora à mercê do reinado de terror do Talibã", lamentou McCaul, alertando que o "véu escuro da lei sharia" reina enquanto o tratamento draconiano das mulheres é restaurado. 

Blinken declarou que os talibãs violaram os termos do acordo de Trump, mas que o presidente Biden teve que escolher entre a retirada e enviar mais tropas ao Afeganistão, colocando-as em perigo e perpetuando a guerra mais longa dos Estados Unidos.

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"Não há evidências de que ficar por mais tempo teria tornado as forças de segurança afegãs ou o governo afegão mais resistentes ou autossuficientes", disse Blinken.

“Se 20 anos e centenas de bilhões de dólares em suporte, equipamento e treinamento não foram suficientes, por que mais um ano, mais cinco, mais 10?”, perguntou o secretário de Estado norte-americano.

O deputado democrata Gregory Meeks, que chefiou o comitê, acusou os republicanos de manterem silêncio quando Trump e Pompeo seguiram as mesmas políticas no Afeganistão.

"Desvincular-se do Afeganistão nunca foi fácil", lembrou Meeks. "Eu gostaria de ouvir exatamente como é uma retirada tranquila de uma guerra confusa e caótica de 20 anos. Eu não acho que isso exista."

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