O sequestro de centenas de estudantes nigerianas pelo grupo
fundamentalista Boko Haram completou cinco meses no domingo (14). Neste tempo, pouca coisa mudou: a grande maioria das meninas continua em poder do grupo e o governo da Nigéria ainda não conseguiu descobrir onde os radicais as escondem.
A seguir, relembre o sequestro e saiba como estão as operações de busca
REUTERS/Boko Haram handout via Reuters TV
Na noite de 14 de abril, o grupo Boko Haram chegou com mais de 20 veículos em uma escola internato na cidade de Chibok, no nordeste da Nigéria, e sequestrou as estudantes que estavam no local.
Ao todo, mais de 300 meninas foram levadas pelo grupo,
mas, nos dias seguintes ao sequestro, 57 meninas conseguiram fugir do
grupo
AFP
Acredita-se as outras 276 estudantes sequestradas foram levadas para a floresta de Sambisa, uma região de 60 mil km². O tamanho e fato de a floresta ser uma mata fechada dificultam o trabalho de busca das meninas.
Acima, mulher segura uma placa com a frase "meninas têm direito à educação, elas não são escravas", em uma das muitas manifestações pela libertação das estudantes
REUTERS/ Olivia Harris
Em maio, o chefe do Estado-Maior da Aeronáutica na Nigéria, marechal Alex Badeh, declarou que o país havia identificado o local para onde as meninas haviam sido levadas, mas, até o momento, nenhuma ação direta de resgate foi realizada.
O governo nigeriano afirma estar agindo com cautela para não colocar a vida das estudantes em risco, de acordo com informações do jornal The Huffington Post
AP Photo
O Boko Haram, grupo responsável pelo sequestro, fundado na década de
1990 por Mohammed Yusuf, na tentativa de defender o Estado islâmico puro
na Nigéria, passou a pregar ideias islâmicas radicais e ortodoxas.
Em
2009, o então líder Yusuf foi assassinado por forças do governo
nigeriano. A partir de então, o atual líder Abubakar Muhamad Shekau
(foto) transformou o grupo extremista e violento.
O nome Boko Haram significa
"educação ocidental é um pecado" e o grupo promove, principalmente,
ataques contra escolas
AFP/Boko Haram
Desde o sequestro, o grupo extremista tem intensificado suas ações e espalhado o medo pelo nordeste do país.
Eles afirmam ter tomado o poder de cinco cidades, sequestrado outros três grupos de mulheres e dezenas de meninos e jovens
PIUS UTOMI EKPEI / AFP
A situação das meninas
chamou a atenção de personalidades e políticos, que se envolveram em
campanhas pedindo o resgate das jovens. As frases "Bring Back Our Girls" (Traga de volta
nossas garotas, em tradução) e "Real Men Don't Bur Girls" (Homens de
verdade não compram meninas, em tradução) foram divulgadas por dezenas
de personalidades no mundo.
A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, publicou sua foto em uma rede social e
escreveu: "Nossas orações estão com as meninas nigerianas desaparecidas
e seus familiares. É tempo de trazer de volta nossas garotas"
Montagem/R7
O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, recebeu fortes críticas depois que um grupo de sua campanha eleitoral lançou a hashtag "Bring Back Goodluck 2015", para as eleições presidenciais do ano que vem