Frente Nacional francesa "suspende" Jean-Marie Le Pen de sua militância

Paris, 4 mai (EFE).- O partido ultradireitista Frente Nacional francês (FN) suspendeu nesta segunda-feira de sua militância o fundador da legenda, Jean-Marie Le Pen, e convocará uma assembleia geral extraordinária para suprimir seu status de presidente de honra nos próximos três meses. Em comunicado, o comitê executivo do partido anunciou a punição que será aplicada ao veterano político por suas polêmicas declarações. Recentemente, ele entrou em rota de colisão com a cúpula da FN e, em particular, com sua própria filha, Marine le Pen, que é a presidente da legenda. A suspensão de militância será efetivada pelo menos até que a assembleia geral vote sobre a continuidade ou não de Le Pen como presidente de honra. Além de modificar o artigo sobre a presidência de honra do partido, a assembleia geral servirá também para uma remodelação "mais completa" dos estatutos, de acordo com a nota. Como membro do comitê executivo - que hoje se reuniu em sua forma de principal órgão disciplinar -, Le Pen deveria ter participado da sessão sobre sua punição, mas, após uma reunião da executiva na manhã de hoje, ele decidiu ir embora, em um novo desafio à cúpula. "Fui desautorizado", disse o veterano líder ultradireitista, de 86 anos, após deixar a sede da legenda em Nanterre, nos arredores de Paris. Em uma moção aprovada pela executiva de manhã, o partido considerou que "os comentários ou posições do presidente de honra não podem em nenhum caso comprometer a Frente Nacional, sua presidente ou suas instâncias deliberativas". A crise entre Le Pen e o partido se agravou após uma entrevista do político à revista "Rivarol", na qual afirmou que as câmaras de gás nazistas foram um "detalhe" da história e que o marechal Philippe Pétain, condenado à prisão perpétua por colaborar com o regime de Adolf Hitler, não pode ser considerado um "traidor" da pátria. EFE er/id