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Haiti expressa preocupação com segurança nas eleições após retirada da ONU

ONU planeja retirada progressiva de seus soldados do Haiti. Autoridades locais descordam. 

Internacional|Do R7

O governo e as autoridades eleitorais do Haiti expressaram nesta segunda-feira (16), menos de 24 horas depois da convocação oficial para as eleições gerais deste ano, sua preocupação em torno da segurança do pleito perante uma eventual retirada de tropas da ONU de algumas regiões do país.

O ministro haitiano a cargo dos assuntos eleitorais dentro do governo, Fritz Jean-Louis, disse que a ausência das tropas da ONU em seis das 10 regiões em que se divide o país representa um "perigo" para o êxito das eleições presidenciais, legislativas e municipais.

"A retirada das tropas da ONU nestas regiões durante as eleições é uma grande preocupação, não só para o governo, mas também para vários países e outros parceiros que apoiam o processo eleitoral", disse Jean-Louis à Agência Efe nesta segunda-feira.

De acordo com o ministro, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) executa um plano de retirada progressiva de seus soldados e policiais, que finalizaria em dois anos.

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"É verdade que queremos nacionalizar o processo eleitoral para que o país e sua gente possam assumir plenamente a responsabilidade de fazer frente a todos os aspectos da organização das eleições", explicou Jean-Louis, "mas isto deve ser feito de uma maneira que nos permita, primeiro, superar nossas deficiências", acrescentou. 

Durante uma visita ao Haiti de uma delegação do Conselho de Segurança da ONU no início deste ano, o ministro de Justiça e Segurança Pública haitiano, Pierre Richard Casimir, solicitou aos membros da comissão que o número de boinas azuis no Haiti permaneça intacto e que se congele a rotação de tropas até depois da realização das eleições.

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As autoridades eleitorais locais também estão muito preocupadas pela notícia da retirada das tropas da ONU das regiões Nordeste, Noroeste, Central, Grand 'Anse, Nippes e Sudeste. Durante as eleições, as tropas da ONU só estariam presentes nas regiões Norte, Artibonite, Sul e Oeste.

"Esta é uma notícia muito ruim para o processo eleitoral, porque a ONU foi fundamental para a segurança das eleições e no dispositivo logístico no Haiti nos últimos anos", afirmou à Efe o membro do Conselho Eleitoral Provisório (CEP), Néhémie Joseph.

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Joseph explicou que todas as cédulas e outros materiais eleitorais "sensíveis" são normalmente assegurados e transportados de todo o país até os centros de votações. "Esta é uma grande operação e a missão da ONU utiliza seu próprio pessoal com a experiência necessária e seu próprio orçamento para fazer tudo isso", detalhou Joseph.

Nesse sentido, Joseph considerou que a polícia nacional não tem o pessoal adequado, os veículos e a experiência para ter êxito em uma operação deste tipo. O presidente do Haiti, Michel Martelly, emitiu ontem um decreto convocando a população a participar das eleições, cuja primeira data será 9 de agosto de 2015, quando se realizará o primeiro turno do pleito para escolher os parlamentares, enquanto em 25 de outubro começa a primeira fase da eleição presidencial.

As eleições locais e o segundo turno das eleições parlamentares estão programadas para 27 de dezembro, assim como o segundo turno da eleição presidencial, caso seja necessário.

Por outra parte, a rádio haitiana informou nesta segunda-feira que pelo menos cinco pessoas ficaram feridas durante o fim de semana na cidade sulina de Petit-Goave, em consequência de enfrentamentos entre partidários de dois candidatos a cargos locais. 

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