Um homem não identificado matou a tiros neste sábado um importante advogado curdo que foi criticado na Turquia por dizer que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que foi proibido do país, não era uma organização terrorista. Testemunhas disseram que Tahir Elci foi morto com um tiro na cabeça após fazer um pronunciamento à imprensa em Diyarbakir, maior cidade do sudeste turco, que passa por contínua tensão e tem maioria curda.
Centenas de pessoas foram mortas desde que um cessar-fogo entre o PKK e as forças de segurança turcas ruiu em julho, reacendendo um conflito que já deixou cerca de 40 mil cadáveres pelo caminho desde 1984, afirmou Omer Tastan, membro do partido pró-curdo HDP.
— Assim que o pronunciamento terminou, a multidão foi dispersada com balas. Uma única bala atingiu a Elci na cabeça.
Segundo ele, outras 11 pessoas ficaram feridas no incidente. O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse em um discurso pouco depois que um policial também morreu no ataque, ocorrido em Diyarbakir.
— Esse incidente mostra como a Turquia está correta em seu combate ao terrorismo.
Em um vídeo do incidente, gravado pela agência de notícias Dogan, um homem escondido atrás do minarete de uma mesquita começa a atirar contra Elci e as pessoas ao lado dele, de acordo com o repórter Felat Bozarslan, da agência Dogan.
— Uma pessoa correu na direção de Tahir Elci, disparou com uma das mãos e depois fugiu. Depois começou o tiroteio.
O governo de Diyarbakir declarou um toque de recolher na região do incidente. Elci estava sendo processado por seus comentários sobre o PKK, que enfureceram promotores turcos. A Turquia, os Estados Unidos e a União Europeia classificaram o PKK como uma organização terrorista. O partido reivindica maior autonomia para os curdos que vivem na nação.