O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou nesta quarta-feira (5) à Flórida, onde o furacão Ian arrasou bairros inteiros e deixou mais de 70 mortos no estado, que é governado por um dos maiores opositores do governo de Washington.
Assim que chegaram, Biden e a esposa, Jill, sobrevoaram de helicóptero a região de Fort Myers, no sudoeste da Flórida, onde o furacão tocou o solo e provocou os maiores danos.
Pouco antes de Biden partir, a Casa Branca anunciou que daria um novo impulso à Flórida duplicando o tempo, inicialmente estabelecido em um mês, durante o qual o governo federal financiará todos os custos relacionados à remoção de escombros e às obras urgentes de reconstrução.
Impactada na quarta-feira da semana passada pelo furacão Ian em de categoria 4, a Flórida continua contando os mortos e analisando os danos causados por uma das tempestades mais potentes que já passaram pelos Estados Unidos.
O balanço oficial era de 76 mortos nesta terça-feira (72 na Flórida e quatro na Carolina do Norte), mas os meios de comunicação contabilizam mais de uma centena de mortos, enquanto os socorristas continuam trabalhando nos bairros cobertos por água.
Centenas de milhares de habitantes da Flórida continuavam sem energia elétrica nesta terça-feira (4), e as autoridades afirmaram que serão necessários meses e 50 bilhões de dólares, pelo menos, para reconstruir as regiões costeiras devastadas.
'Não é o momento'
Mesmo que Biden busque demonstrar empatia, pode haver um pouco de tensão no ambiente quando ele estiver ao lado do governador Ron DeSantis, uma estrela emergente do Partido Republicano e crítico ferrenho do mandatário democrata.
"Haverá muitas oportunidades para debater as diferenças entre o presidente e o governador. Mas este não é o momento", disse nesta terça-feira a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
Biden e DeSantis "falarão sobre o que é preciso para a Flórida chegar a uma fase de reconstrução".
Trata-se da segunda viagem desse tipo em uma semana para Biden, pois na segunda (3) ele viajou para Porto Rico, um território americano no Caribe atingido pelo furacão Fiona, que deixou ao menos uma dúzia de mortos.
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Ron DeSantis, de 44 anos, costuma aparecer em listas de potenciais candidatos republicanos às eleições presidenciais de 2024.
Defensor da linha dura contra a imigração e bastante conservador sobre assuntos sociais, o governador da Flórida costuma ser um assunto recorrente com declarações e decisões polêmicas.
Recentemente, reivindicou o envio de dois aviões de migrantes para a luxuosa ilha de Martha's Vineyard, no nordeste do país, uma "manobra política" que a Casa Branca classificou de "cruel".
A passagem do furacão Ian pela Flórida na quarta-feira passada (28) deixou como saldo mais de cem pessoas mortas e um raio de destruição gigantesco em várias cidades do estado. Agora, autoridades locais já trabalham na limpeza e na reconstrução das áreas atingidas e também levam mantimentos às muitas famílias desabrigadas. Na foto acima, da última terça (4), um trabalhador opera uma máquina numa rua bloqueada pelo transbordamento do rio Peace, na cidade de Arcadia