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Ligações com Odebrecht minaram governo de Pedro Pablo Kuczynski

Ex-presidente do Peru enfrentaria, nesta quinta-feira, um segundo pedido de impeachment com base em ligações com a construtora Odebrecht

Internacional|Fábio Fleury, do R7, com agências internacionais

Kuczynski renunciou nesta quarta à Presidência do Peru
Kuczynski renunciou nesta quarta à Presidência do Peru Kuczynski renunciou nesta quarta à Presidência do Peru

O ex-presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, que renunciou nesta quarta-feira (21), enfrentaria na quinta uma sessão do Congresso em que deveria se defender, pela segunda vez, de acusações envolvendo as relações dele com a construtora brasileira Odebrecht.

PPK renunciou à presidência do Peru após a divulgação de um vídeo em que parlamentares discutem vantagens oferecidas pelo governo para livrá-lo de um processo de impeachment.

Projeto Olmos

Em 2005, quando Kuczynski era ministro da Economia no governo Alejandro Toledo, ele conseguiu a liberação de um empréstimo de 77 milhões de dólares junto à Corporação Andina de Fomento, em 2005, um empréstimo de 77 milhões de dólares para financiar o megaprojeto de irrigação Olmos, que estava a cargo da Odebrecht.

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O problema é que se descobriu depois que a Odebrecht era cliente da consultoria Westfield Capital, de Kuczysnki. A lei proíbe que um ministro tenha esses contratos. O hoje ex-presidente afirmava que se isolou completamente da empresa, mas nunca apresentou documentação que confirmasse isso.

Rodovia Interoceânica

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Como ministro da Economia e, por isso, presidente da Proinversión (órgão estatal que promove a captação de capital privado), PPK firmou o contrato para que um consórcio encabeçado pela Odebrecht fizesse a construção de dois trechos de extensão da rodovia Interoceânica.

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Investigações mostraram que o ex-presidente e então ministro teve várias reuniões privadas com o representante e operador da Odebrecht em Lima, Jorge Barata.

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Consultoria Wesfield

Kuckzynski alega ter deixado sua empresa de consultoria financeira, a Westfield Capital, nas mãos do gestor chileno Gerardo Sepúlveda que, segundo dele, seria apenas um amigo distante. A versão de que, ao se tornar ministro, teria abandonado a empresa e não sabia dos contratos com a Odebrecht nunca foi aceita pelos opositores.

PPK também é apontado como sócio de Sepúlveda em outra consultoria, a First Capital, da qual a Odebrecht foi cliente por muitos anos. O ex-presidente alegava que seu nome aparecia nos documentos da empresa porque o chileno o 'usava' para captar clientela.

Delação da Odebrecht

O ex-presidente do Peru aparece na delação premiada do brasileiro Marcelo Odebrecht, ex-CEO da construtora. Ele afirma que pagou a Kuczynski para que ele atuasse como consultor e conferencista da Odebrecht.

O empresário disse também que nas eleições para a presidência do Peru, em 2011, a construtora financiou "todos" os candisatos importantes, por intermédio de Jorge Barata, então representante da Odebrecht em Lima.

Interrogado no Brasil, Barata afirmou que a construtora doou 300 mil dólares para a campanha de Kuczynski e que o dinheiro foi entregue para a assessora do presidente, Susana de la Puente, atual embaixadora do Peru no Reino Unido.

Versões

Com a divulgação de todas essas provas, o ex-presidente reconheceu sua ligação com a Westfield e uma consultoria que prestou para a First Capital depois do fim do governo Toledo. Ele, no entanto, disse que não recebeu pagamento por isso e que só havia negado antes porque é uma pessoa 'desorganizada'.

Uma investigação nos registros financeiros mostrou que PPK recebeu mais de 3 milhões de dólares da Westfield e da First Capital entre 2005 e 2017. Parte desse dinheiro teria origem nos pagamentos que a Odebrecht fez às duas consultorias por serviços de assessoria na execução de obras públicas.

As denúncias de ligações com a Odebrecht formaram a base do pedido de impeachment de Kuczynski que foi derrubado em dezembro, depois que o ex-presidente conseguiu apoio de deputados fujimoristas, por conceder indulto da prisão ao ex-presidente Alberto Fujimori.

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