Um grupo de manifestantes no Irã ateou fogo à antiga casa do aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da República Islâmica, após dois meses de protestos contra o regime, conforme imagens desta sexta-feira (18).
Situada na cidade de Khomein (de onde vem seu sobrenome), na província de Markazi, a casa foi incendiada na última quinta-feira (17), e uma eufórica multidão de manifestantes passou por ela, segundo cenas publicadas nas redes sociais e verificadas pela AFP.
Acredita-se que Khomeini tenha nascido no início do século 20 nessa casa.
Ele foi um ferrenho opositor do xá Mohamed Reza Pahlavi e teve de partir para o exílio na França, de onde voltou, triunfante, em 1979, para liderar a Revolução Islâmica.
O religioso morreu em 1989, mas continua sendo admirado por seu sucessor, o aiatolá Ali Khamenei.
Sua casa foi transformada em um museu memorial. Não está clara a extensão dos danos materiais.
As manifestações no Irã começaram com protestos pela morte da jovem Mahsa Amini, que foi detida pela polícia moral, e constituem o maior movimento de rua contra o poder desde a revolução de 1979.
As manifestações foram motivadas pela exigência de que as mulheres usem um véu para cobrir a cabeça, regra imposta por Khomeini, mas os protestos deram origem a um movimento mais amplo, pelo fim da República Islâmica.
