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Mubarak deixa penitenciária para cumprir prisão domiciliar

Internacional|

Por Maggie Fick e Tom Perry

CAIRO, 22 Ago (Reuters) - O ex-ditador do Egito Hosni Mubarak deixou a prisão nesta quinta-feira, uma vitória simbólica para uma ordem antiga dominada pelas Forças Armadas, que derrubaram a prenderam o presidente islâmico eleito livremente para sucedê-lo no poder.

Um helicóptero azul e branco tirou Mubarak da prisão de Tora, no Cairo, onde muitos simpatizantes haviam se reunido para saudar sua libertação. Ele foi levado até um hospital militar no subúrbio vizinho de Maadi, disseram autoridades.

"Ele protegeu o país", disse Lobna Mohamed, dona-de-casa que estava na multidão de partidários de Mubarak. "Ele é um bom homem, mas queremos (Abdel Fattah) Sisi agora", disse ela, referindo-se ao comandante do Exército que derrubou o islamista Mohamed Mursi em 3 de julho.

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Para os inimigos de Mubarak, o momento marcou um revés do levante pró-democracia de janeiro de 2011 que o derrubou depois de três décadas no poder como um dos pilares do autoritarismo no Oriente Médio.

Mas alguns egípcios, muitos dos quais se uniram por trás da decisão do Exército de depor Mursi, expressaram carinho pelo ex-comandante da Força Aérea, de 85 anos, cujo pulso firme no poder trouxe estabilidade.

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Autoridades judiciais ordenaram a libertação de Mubarak de Tora. Seu advogado e outras fontes tinham dito que o primeiro destino dele seria um hospital elegante no nordeste do Cairo.

O gabinete do primeiro-ministro disse que Mubarak seria colocado em prisão domiciliar.

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Essa decisão foi tomada sob um estado de emergência de um mês declarado na semana passada, quando a polícia invadiu acampamentos de protesto erguidos no Cairo pela Irmandade Muçulmana, do líder deposto Mursi, para pedir sua volta ao poder.

Segundo fontes oficiais, cerca de 900 pessoas, incluindo 100 soldados e policiais, foram mortos na violência em todo o Egito desde então.

A Irmandade diz que o número de mortos é ainda maior. Muitas das vítimas foram mortas a tiros pelas forças de segurança.

No último episódio de violência, homens armados em um carro mataram um major do Exército e um soldado perto da cidade de Ismailia, no Canal de Suez, disseram fontes de segurança. Dois soldados ficaram feridos. Os agressores escaparam.

A libertação de Mubarak consternou alguns egípcios.

"Ele deveria ficar na prisão. O país está diante de obstáculos, então o povo está se voltando para Mubarak. Não sabem o que estão fazendo", disse Hoda Saleh, uma mulher usando véu que estava saindo de Tora, onde seu irmão está preso.

Para quem observa o Egito de fora, o simbolismo é poderoso.

"Esse é o fim. Mubarak nunca será um personagem político importante, mas, simbolicamente, é a dança da vitória do velho Estado reconstituído sob a liderança do Conselho Supremo das Forças Armadas", disse Joshua Stacher, especialista em Egito da Universidade Estatal de Kent, nos Estados Unidos.

(Reportagem adicional da Redação do Cairo)

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