Uma tragédia como ocorreu na boate gay Pulse, em Orlando, multiplica, em segundos, as histórias de vida de cada um dos presentes.
Cenas de amor, de lembranças, de dor e de esperança se entrelaçam junto com os tiros, como se o destino se apresentasse diante de todos no recinto, em câmera lenta, contrastando com a rapidez da decisão sobre quem vai ter nova chance de continuar ou não. As informações são do portal de notícias americano Daily News.
O caso de Brenda Lee Marquez McCool, 49 anos, nascida no Brooklin, é um daqueles que simbolizam esse momento dramático. Ela morreu por ter se colocado à frente de seu filho, Isaías Henderson, 11 anos, com quem dançava na pista, no momento fatídico em que o assassino Omar Mateen, 29, começou a atirar, matando 49 pessoas.
A cunhada de Brenda, Ada Pressley, testemunhou a cena heroica, mas triste para a família toda.
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— Brenda viu a arma apontada. Ela disse (para o filho): "Abaixe-se", e ficou na frente dele.
Brenda morava em Orlando e lutava contra um câncer, tendo optado pela cidade da Flórida para ficar mais perto dos filhos mais novos. Sua luta contra a doença permitiu que ela sobrevivesse para poder salvar a vida de Isaías.
Mas o menino ficou consternado com o fato de a mãe ter morrido. Sua gratidão vai se misturar a uma dor que só o tempo será capaz de encaixar ao seu dia a dia. Por enquanto, ele só conseguiu colocar uma mensagem no Facebook, sobre a perplexidade da vida e o poder de um instante.
— Estou apenas deitado aqui pensando que há apenas 24 horas eu estava com a minha mãe. Isso é tão surreal. Eu te amo mãe.
Neste emaranhado de cenas, Isaías se levantou da pista atônito, cercado de gritos de horror, deixando um pouco dele na mãe que partia. Sua situação mostrou que nascer, e renascer, de uma mesma mulher, tem sempre um lado muito doloroso.