Os países com armas nucleares aumentaram, no ano passado, os gastos com seus arsenais em 1,4 bilhão de dólares, cerca de R$ 7 bilhões, em conversão direta, em relação aos gastos de 2019, segundo relatório da ICAN (Abolição das Armas Nucleares) publicado nesta segunda-feira (7).
"À medida que leitos hospitalares se enchiam de pacientes (...) nove países descobriram que tinham mais de 72 bilhões de dólares disponíveis para armas de destruição em massa", critica o relatório.
De acordo com o documento, os Estados Unidos gastaram mais da metade do valor total, cerca de 37,4 bilhões de dólares, aproximadamente R$ 189 bilhões, o que é cerca de 5% de seus gastos militares em 2020, observa o documento.
De acordo com estimativas da ICAN, acredita-se que a China tenha gasto cerca de 10 bilhões de dólares, cerca de R$ 50 bilhões e a Rússia 8 bilhões de dólares, cerca de R$ 40 bilhões.
Se considerados os nove países juntos, que também incluem Reino Unido, França, Índia, Israel, Paquistão e Coreia do Norte, mais de 137 mil dólares, cerca de R$ 690 mil, foram gastos a cada minuto em 2020, acrescenta.
O aumento também ocorreu quando um tratado defendido por esta ONG para abolir as armas nucleares recebeu sua 50ª ratificação, o que levou à sua entrada em vigor em janeiro.
O relatório também destaca como os governos deram cada vez mais dinheiro às empresas do setor de defesa, que por sua vez colocaram mais dinheiro em grupos de lobby para aumentar os gastos.
De acordo com a ICAN, para cada dólar investido no ano passado para pressionar os governos a gastar mais em defesa, 236 dólares voltaram para as empresas na forma de contratos de armas nucleares.
Mais de 20 empresas que fabricam armas nucleares se beneficiaram do negócio no ano passado por meio de contratos existentes ou novos.
Onze empresas ocidentais faturaram 27,7 bilhões de dólares, de acordo com o relatório.
As principais empresas beneficiadas foram Northrop Grumman, General Dynamics, Lockheed Martin, Raytheon Technologies e Draper.