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Perseguição do Estado Islâmico promove fuga de jornalistas de Mossul

Internacional|Do R7

Mossul (Iraque), 27 out (EFE).- A maioria dos jornalistas da cidade de Mossul, ao norte do Iraque, fugiu da cidade após as campanhas de detenções lançadas nos últimos dias pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI). Desde o dia 10 de junho, quando o EI tomou o controle de Mossul, 16 jornalistas foram sequestrados pelo grupo, oito apenas nos últimos três dias. O jornalista Mohammed Amin al Abaui disse à Agência Efe que vários de seus colegas deixaram a cidade nos últimos dias rumo a Kirkuk e à capital, Bagdá, temendo represálias. "A situação enfrentada pelos profissionais de comunicação em Mossul é muito perigosa, por causa da constante perseguição a maioria fugiu ou diminuiu muito seu trabalho", afirmou o jornalista que acusou o Sindicato de Jornalistas Iraquianos de "não oferecer ajuda a esses profissionais, especialmente aos que saíram da cidade". Fontes locais, que preferiram não serem identificadas, revelaram que mais de oito repórteres fugiram no final de semana passado. Alguns deles trabalhavam para a rede de televisão "Semá", propriedade do governo da província de Ninawa, da qual Mossul é a capital. Estas mesmas fontes alertaram que o EI pretende prender todos os jornalistas de Mossul, pois os considera "apóstatas e acreditam que não seguem a religião". Um representante do Sindicato de Jornalistas Iraquianos em Mossul, Ahmed Ezadin, disse à Efe que o EI fracassou na tentativa de obrigar jornalistas da cidade a "trabalhar" em favor do grupo. Os extremistas conseguiram, no entanto, se apoderar da rádio "Dar al Salam", propriedade do Partido Islâmico Iraquiano até os jihadistas a transformarem há pouco mais de um mês no órgão de divulgação oficial do EI, chamado "Al Bayan". Além disso, o grupo ocupou a sede do canal "Semá" e apreendeu todos os aparelhos de transmissão e gravação, mas não conseguiu convencer os profissionais a voltarem aos seus postos de trabalho após abandonarem as instalações. Em declarações à Efe, o chefe do Comitê Iraquiano de Defesa dos Direitos dos Jornalistas, Ibrahim Serayi, revelou que os oito colegas detidos de sexta-feira a domingo ainda estão desaparecidos. Os jihadistas foram às casas dos jornalistas situadas em diferentes bairros de Mossul para sequestrá-los. Todos trabalhavam para a rede de televisão "Semá". "A preocupação do Comitê aumenta a cada dia em função dos sequestros, perseguições e assassinatos sofridos pelos jornalistas de Mossul", afirmou Serayi. O chefe do Comitê alertou que a cidade se transformou em "uma das mais perigosas do Iraque e do mundo para os jornalistas". Os principais alvos dos jihadistas são os jornalistas que apoiam o governo ou criticam o terrorismo, o que os obriga a trabalhar na clandestinidade. Recentemente o grupo terrorista executou a apresentadora do canal "Al Mosulia", Mislon Yauad, e capturou outros repórteres, como Hisham Harbaui e Yalá Abadi. O EI, que proclamou um califado nas áreas sob seu controle no Iraque e na Síria, também sequestrou jornalistas ocidentais em território sírio além de ter decapitado os americanos James Foley e Steven Sotloff. A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenou na quinta-feira passada a "perseguição criminosa e fanática" do Estado Islâmico aos jornalistas e destacou que as áreas controladas por esse grupo se transformaram em "buracos negros para a informação". EFE ya/lvp/rsd

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