Polícia britânica responsabiliza Moscou por morte de ex-espião russo

Londres, 30 jul (EFE).- A Polícia Metropolitana de Londres (MET) acredita que a Rússia, "de uma forma ou de outra", esteve envolvida "no assassinato" do ex-espião russo Alexander Litvinenko, que foi envenenado com polônio-210 na capital britânica em novembro de 2006. Durante uma audiência realizada nesta quinta-feira no Tribunal Superior de Londres, o representante legal da MET, Richard Horwell, afirmou que a Rússia "pode ter estado por trás desta trama". "As provas sugerem que a única explicação crível é que, de uma forma ou de outra, o Estado russo esteve envolvido no assassinato do senhor Litvinenko", declarou Horwell. No entanto, o advogado ressaltou que isto não significa que tenha sido o presidente russo, Vladimir Putin, quem deu a ordem de acabar com a vida do antigo agente da KGB. As autoridades britânicas atribuem este crime aos ex-agentes russos Andrei Lugovoi e Dmitry Kovtun, com quem Litvinenko tomou chá no hotel Millenium de Londres em 1º de novembro de 2006, mas eles negam seu envolvimento e Moscou rejeitou sua extradição. Litvinenko, que foi envenenado em duas ocasiões com a substância radioativa polônio-210, morreu em 23 de novembro de 2006. "Os ataques a Litvinenko são atrozes. Foi uma morte extremamente dolorosa. Nunca chegaremos a saber quais serão os efeitos do polônio a longo prazo para os londrinos", disse Horwell, que acrescentou que os suspeitos deixaram "rastros radioativos para trás". "Lugovoi e Kovtun não são assassinos meio trôpegos como muitos sugeriram, são simplesmente ignorantes. Se tivessem conhecido a natureza deste veneno teriam sabido que deixa um rastro radioativo para trás", sustentou. A investigação judicial britânica por esta morte começou no último dia 27 de janeiro com autorização do governo de David Cameron, que a princípio tinha se negado a realizá-la por medo de prejudicar as relações com a Rússia. EFE jp/rsd